Aumentar doação de órgãos é um dos objetivos da Saúde no RS
Recusa familiar e desconhecimento são os principais fatores de dificuldade
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Nesse contexto, para elevar o número de procedimentos, o coordenador da Central de Transplantes/RS, da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Ricardo Klein Rühling, afirma que os desafios são vários. Porém, considera a recusa familiar e o desconhecimento dos parentes sobre o que pensa o familiar como os dois principais.
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No ano passado, 43% da não doação ocorreu pela negativa familiar. Segundo Rühling, de cada dez famílias entrevistadas, cerca de quatro recusam a doação. Destas, 90% alegam que o falecido não era doador em vida e, em 60% dos casos, a família manifestou-se contrária à doação.
“Estas e outras questões, como desejo da integralidade do corpo e motivação religiosa, podem e devem ser esclarecidas com a população.” Ele alerta para a necessidade de ampliar o debate sobre o assunto. “Dúvidas alimentam medos que geram insegurança e consequentemente atrasam nosso crescimento. Entendo que aumentar as ações externas de educação sobre doação e transplante são essenciais para criar uma cultura doadora. Quem sabe assim, em dias não muito distantes, a doação de órgãos seja mais espontânea”, projeta.
Na busca de entendimento, o médico clínico da equipe de transplante de pulmão da Santa Casa, Sadi Schio, explica que há uma lógica simples. “É muito mais provável que você precise ganhar um órgão do que se torne um doador. O movimento social de ajuda ao próximo precisa estar presente. A morte cerebral é irreversível. E, todas as vezes que a família negou a doação, o paciente nunca se recuperou. É preciso que as pessoas falem mais. Expressem a sua opinião. Digam para a família que querem ser doadoras, se um dia precisar. Isso vai salvar vidas.”