Aumento de jovens entre pacientes que buscam atendimento com Covid-19 chama atenção em UPAs

Aumento de jovens entre pacientes que buscam atendimento com Covid-19 chama atenção em UPAs

Profissionais da saúde pedem para população evitar aglomerações

Cláudio Isaías

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Nos últimos dias, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) registram filas, pontos de aglomeração e movimento intenso de pacientes. No entanto, o que vem chamando a atenção dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem) que atendem nos PAs da Lomba do Pinheiro, da Bom Jesus e da Cruzeiro do Sul é a presença de pessoas jovens entre os que buscam a assistência médica nas unidades.

Na manhã de hoje, na frente da tenda de atendimento Covid da UPA da Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre, um enfermeiro, que pediu para não ser identificado, fez um apelo para que a população fique em casa. "Estamos trabalhando no limite e a cada dia não para o movimento. Quem tem que trabalhar que o faça com segurança. Agora, quem não precisa evite sair e evite também as aglomerações", comentou. O profissional, que cumpre uma jornada de trabalho de seis horas na unidade da Lomba do Pinheiro, relatou que as equipes estão cansadas. "Todos os dias é esse movimento de pacientes que buscam a realização de exames e atendimentos. Nos últimos dias, percebi a presença de pessoas mais jovens", ressaltou. O enfermeiro informou que os seus colegas estão dando toda a assistência aos pacientes, mas que ainda não havia visto tanta gente em busca de atendimento. 

Na UPA da Bom Jesus, na zona Norte de Porto Alegre, o quadro não era diferente. Muitas pessoas aguardavam atendimento sentadas na calçada ou dentro de veículos. Uma funcionária da UPA, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que a situação está saindo do controle. "Cada dia é mais e mais pacientes com sintomas da doença. A população precisa nos ajudar", comentou a técnica de enfermagem. Ela afirmou que quem está bem precisa redobrar os cuidados e evitar aglomerações. No Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS), mais de 20 pessoas esperavam por atendimento na unidade. Elas não estavam aglomeradas. A dona de casa Adriana Siqueira foi até a unidade de saúde porque estava com dor no corpo e febre. "A gente fica assustada com essa doença por isso motivo resolvi procurar atendimento", explicou.

 O coordenador Municipal de Urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Diego Fraga, disse que todas as pessoas que procurarem as unidades de saúde serão atendidas por um profissional da saúde. Haverá a notificação do caso e será providenciada a coleta de exames. "Frente aos sinais de agravamento é preciso ficar atento a falta de ar e o cansaço exacerbado diferente do habitual. Essas pessoas devem sim procurar as suas unidades de saúde, mas preferencialmente, as UPAs que tem condições de avaliar a situação de uma forma mais urgente", ressaltou. 

Com relação a demanda e a dificuldade de atendimento nos Pronto Atendimentos, Fraga afirmou que os pacientes em que é definida a necessidade de internação eles são cadastrados na Central de Leitos e a partir daí se diferencia o tipo de leito necessário para o paciente - de enfermaria ou de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "A estratégia a partir de agora é fazer com que os hospitais se reorganizem dentro da sua própria estrutura para dar condições que possamos alocar pacientes com necessidade de internação", destacou.

Fraga voltou a reforçar que a população mantenha o distanciamento social e evite aglomerações. Ele afirmou que para que diminua o movimento nas UPAs é necessário que a população em casos leves procure a sua unidade de saúde referência, nos casos moderados, a emergência do Pronto Atendimento, e nos casos graves, a emergência do Pronto Atendimento ou dos hospitais. Conforme Fraga, nas UPAs está sendo priorizado o paciente grave que busca o atendimento onde é verificado os sintomas e os sinais vitais. 

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