Boletim InfoGripe aponta tendência de crescimento dos casos de SRAG no Brasil

Boletim InfoGripe aponta tendência de crescimento dos casos de SRAG no Brasil

De acordo com o informativo, maioria dos casos positivos da síndrome foi causada pelo Sars-CoV-2, vírus da Covid-19

R7 e Agência Brasil

Alguns estados enfrentam surtos e um sistema hospitalar sobrecarregado

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O Boletim InfoGripe, divulgado nesta segunda-feira pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), aponta a retomada do crescimento no número de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda) no país, sendo a maior parte deles, 77,6%, positivos para Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19.

O boletim desta semana mostra que a possível interrupção do crescimento sinalizada na última edição não se manteve. A análise é referente ao período de 19 a 25 de junho. Nesse período, houve crescimento tanto na tendência de longo prazo, considerados os casos das últimas seis semanas, quanto na tendência de curto prazo, consideradas as últimas três semanas.

"[Está crescendo] Ainda que em ritmo mais lento do que aquele observado ao longo dos meses da abril e maio", informa o coordenador do boletim, Marcelo Gomes, à Fiocruz.

Segundo o Infogripe, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6% para VSR (vírus sincicial respiratório) e 77,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Entre as mortes registradas no período, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para VSR e 94,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Entre bebês e crianças de zero a quatro anos de idade, o boletim mostra que os casos de Covid-19 se aproximam dos de VSR. Esses dois vírus corresponderam a 36% e 39%, respectivamente.

Incidência em estados e capitais

Os dados mostram que 16 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Nos estados das regiões Sudeste e Sul há indícios de possível interrupção na tendência de crescimento nas últimas semanas, que devem ser reavaliados nas próximas atualizações para confirmação. 

Já entre as capitais, 18 das 27 apresentam sinal de crescimento na mesma tendência (a longo prazo): Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Apesar do crescimento dos casos de SRAG no país, o boletim mostra que entre a população adulta observa-se sinal de desaceleração, especialmente nas faixas etárias a partir de 50 anos. Em crianças e adolescentes observa-se manutenção do sinal de queda entre os grupos de zero a quatro e de cinco a 11 anos.

Em 2022, de acordo com o boletim, foram notificados 175.110 casos de SRAG, sendo 86.005 (49,1%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 65.440 (37,4%) negativos, e ao menos 14.317 (8,2%) aguardando resultado laboratorial.

Este ano, referente aos casos de SRAG, foram registradas 28.812 mortes, sendo 21.957 (76,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.442 (18,9%) negativos, e ao menos 597 (2,1%) aguardando resultado laboratorial.

Recomendações

O documento recomenda que, em situações como essa, as novas medidas que foram planejadas diante da tendência de queda sejam suspensas para reavaliação nas semanas seguintes.

Embora alguns dos estados das regiões sudeste e sul (MG, RS e SP) estejam com sinais de possível interrupção no aumento de casos, o cenário deve ser interpretado com cautela e reavaliado nas próximas semanas para obter uma real confirmação. 


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