Bombeiros retomam buscas por desaparecidos em Capitólio (MG)

Bombeiros retomam buscas por desaparecidos em Capitólio (MG)

Uma guarnição da corporação saiu de Passos, no Sul de Minas, no início da manhã com barcos e equipamentos de mergulho

R7

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O Corpo de Bombeiros retomou, na manhã deste domingo, as buscas pelas três pessoas que estão desaparecidas após o desprendimento da rocha do paredão de cânion da lagoa das Furnas, em Capitólio (MG). De acordo com o major Rodrigo Castro, uma guarnição saiu de Passos, no Sul de Minas, por volta de 5h, com barcos e equipamentos de mergulho para iniciarem os trabalhos.

Conforme a corporação, as três vítimas estavam na mesma embarcação, denominada Jesus. Os outros 17 — de um total de 20 buscados inicialmente — foram encontrados e encaminhados para os hospitais da região. Duas pessoas foram encaminhadas com fraturas expostas para um hospital em Pium-í e quatro vítimas estão em estado estável na Santa Casa de Passos. A rocha que caiu atingiu pelo menos quatro lanchas.

O tenente Pedro Aihara, porta-voz da corporação no Estado, explica que o foco total é  nas buscas. "No momento, temos sete óbitos e três vítimas ainda desaparecidas", disse o militar.

Aihara afirma que todas as vítimas estavam na lancha de nome Jesus, que foi uma das quatro embarcações atingidas impactadas pelo desprendimento da rocha. Das outras três lanchas, todas as vítimas foram resgatadas e conduzidas para unidades hospitalares da região.

Identificação

Números oficiais dos bombeiros dão conta de sete óbitos, sendo três mulheres e quatro homens. As vítimas ainda não foram identificadas. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Passos (MG).

A Defesa Civil diz acreditar que as mortes ocorreram por afogamento ou impacto do rochedo com a embarcação. As vítimas também terão as digitais coletadas, que serão encaminhadas para o Instituto de Análises e, se necessário, para a Polícia Federal para que as identidades dos corpos sejam descobertos. 

O que causou o desmoronamento?

Apesar de não haver uma confirmação oficial sobre o que pode ter causado o rompimento de parte da rocha, a Defesa Civil de Minas Gerais emitiu um alerta às 10h22 do sábado sobre a possibilidade de ocorrência de uma cabeça d'água em Capitólio devido às chuvas intensas que atingem a região; o acidente ocorreu por volta das 11h. Em nota, a Marinha do Brasil informou que vai abrir um inquérito para investigar as causas do rompimento da estrutura. 

Em entrevista ao Cidade Alerta, o tenente Pedro Aihara do Corpo de Bombeiros afirmou que tombamentos de partes rochosas como o que ocorreu em Capitólio são raros.

“O cânion é um área formada por rochas sedimentares que são muito mais suscetíveis a essa atuação da água e dos ventos. Nesse local já existia uma falha natural pré-existente e, provavelmente, pelas fortes chuvas que acontecem na região houve uma saturação do solo com a água e uma perda de resistência (...) geralmente, nessa situação, ocorrem desprendimentos de pequenos blocos de terra que não oferecem esse tipo de risco”.

O Corpo de Bombeiros disse que cabe à Marinha, que controla a área, informar sobre as autorizações para o passeio turístico. Em uma segunda nota, divulgada no fim da noite, a Marinha confirmou que os aspectos relacionados à segurança também serão investigados.

"O inquérito aberto para apurar as circunstâncias do acidente/fato ocorrido analisará os aspectos sobre a segurança da navegação, a habilitação dos condutores envolvidos, o ordenamento aquaviário. A Prefeitura de Capitólio tem regulamentado, por meio do Decreto no 32, de 27 de fevereiro de 2019, o ordenamento do espaço aquaviário sob sua jurisdição. Nesse sentido, a Marinha comunica que toda a área de interesse encontra-se interditada, para as devidas verificações", diz a nota.

Como será o trabalho de buscas?

Cerca de 40 bombeiros participaram do primeiro dia de buscas pelos desaparecidos. O trabalho dos mergulhadores foi suspenso durante a madrugada devido às condições de visibilidade e segurança, mas foi retomado no início da manhã de hoje. As embarcações seguiram nas buscas noturnas pelos desaparecidos.

Aihara ainda acrescentou que é possível que algumas vítimas estejam ocultadas pela rocha que se desprendeu, o que pode dificultar o trabalho da equipe. “Infelizmente o número de óbitos provavelmente vai aumentar. Como houve um impacto muito grande de uma rocha pesada, em velocidade considerável, já localizamos alguns fragmentos corpóreos, mas só é possível fazer a contabilização do número total de vítimas depois que os trabalhos periciais forem concluídos”, disse.

Em nota, a Marinha informou que deslocou equipes de busca e salvamento para o local. Segundo o órgão das Forças Armadas, equipes foram "prestar o apoio necessário às tripulações envolvidas no acidente, no transporte de feridos para a Santa Casa de Capitólio, e no auxílio aos outros órgãos atuando no local".

Vídeos mostram o resgate e os banhistas deixando o local do acidente:



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