Bondes começam a ser transferidos da Polícia Civil para Museu de Arte Contemporânea em Porto Alegre

Bondes começam a ser transferidos da Polícia Civil para Museu de Arte Contemporânea em Porto Alegre

Doação de dois carros elétricos históricos foi noticiada com exclusividade pelo Correio do Povo em janeiro deste ano

Correio do Povo

Veículo foi retirado do pátio atrás do Palácio da Polícia com auxílio de potentes guindastes

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A transferência de um dos dois bondes históricos de Porto Alegre que estavam com a Polícia Civil acontece no início da manhã desta quinta-feira em Porto Alegre. A nova casa dos elétricos será a sede do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), na rua Comendador Azevedo, no bairro Floresta. Na sexta-feira, o segundo bonde será também levado ao novo local. Com mais de 90 anos, ambos os veículos ainda conservam resquícios da antiga cor amarela e da identificação da Carris. "Serão restaurados e colocados para exposição ao público. É uma parte muito importante da nossa história que não pode ser esquecida", destacou a Chefe de Polícia Civil delegada Nadine Tagliari Farias Anflor.

Dois potentes guindastes estão sendo utilizados na retirada do bonde de prefixo 193 que estava no pátio atrás do Palácio da Polícia. Um terceiro caminhão realizará o transporte com itinerário. Agentes da EPTC acompanharão em todo o trajeto para garantir o traslado seguro e minimizar os impactos no trânsito.

Em janeiro deste ano, a reportagem do Correio do Povo noticiou com exclusividade a doação da Polícia Civil para o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Na instituição policial, a dupla de carros elétricos, que chegaram em 1968 e 1970 respectivamente, serviu de espaço de atendimento ao público, onde podia ser regularizada a documentação de veículos automotores e realizava testes teóricos para confecção da carteira nacional de habilitação. Os dois bondes foram usados como espaço para o serviço cartorário do antigo Departamento de Trânsito (Dptran) e mais tarde do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). Nos últimos anos, ambos protegeram documentos da instituição e serviram de lembrança da história dos modais de transporte público no RS. Em junho do ano passado, a Polícia Civil anunciou então a intenção de doá-lo.

O sistema de transporte público por bondes marcou época em Porto Alegre. O período áureo ocorreu entre as décadas de 1950 e 1960 quando a empresa contou com 229 carros elétricos, sendo 130 norte-americanos, 89 ingleses e 10 belgas. A Capital foi considerada a cidade com o maior acervo de bondes antigos em operação no mundo, segundo a Carris. A extinção do serviço de transporte elétrico ocorreu com as últimas viagens nas linhas Partenon, Glória e Teresópolis no dia 8 de março de 1970.

O último bonde foi recolhido ao depósito da Carris, então sediada na avenida João Pessoa, diante de uma multidão e com direito à solenidade. Alguns elétricos tiveram como destino o ferro-velho e outros foram entregues para instituições públicas, como a Polícia Civil.


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