Brasil registra primeira morte por varíola do macaco fora do continente africano

Brasil registra primeira morte por varíola do macaco fora do continente africano

Paciente era um homem imunocomprometido que estava internado em Uberlândia (MG)

R7 e Correio do Povo

Doadores de óvulos e espermatozoides devem esperar 21 dias após infecção e não ter lesões

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O Brasil registrou nesta sexta-feira a primeira morte por varíola do macaco fora do continente africano. A vítima é um homem que estava internado em um hospital de Uberlândia (MG). Segundo o Ministério da Saúde, ele tinha imunossupressão. "Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 41 anos, com imunidade baixa e comorbidades, incluindo câncer (linfoma), que o levaram ao agravamento do quadro. Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI (terapia intensiva). A causa de óbito foi choque séptico, agravada pelo monkeypox", diz a pasta em nota. 

As informações mais recentes sobre óbitos por varíola do macaco divulgadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) eram de cinco óbitos no surto deste ano, todos em países da África, onde a doença é endêmica. Nos 71 países que já detectaram casos, mas onde a doença não é endêmica – incluindo o Brasil –, não havia sido registrada nenhuma morte até então.

A líder técnica de varíola do macaco da OMS, Rosamund Lewis, lembrou nesta semana que crianças, gestantes e indivíduos com imunossupressão são considerados grupo de risco dessa doença. "Crianças têm um risco aumentado de doença grave – isso não quer dizer que qualquer criança que contraia a doença terá uma doença severa. As crianças, gestantes e imunocomprometidos são os grupos que podem desenvolver doença severa. As crianças ainda estão formando seu sistema imunológico. Algumas pessoas têm o sistema imunológico mais fraco, seja por doença ou, por exemplo, quimioterapia ou outros tratamentos", disse a especialista em entrevista coletiva na quarta-feira.

De acordo com a Saúde, o Brasil atingiu o total de 978 casos de varíola do macaco nessa quarta-feira. O número representa um aumento de 65% em relação ao mesmo dia da semana passada. 

Enfrentamento contra varíola do macaco no Brasil 

Para o enfrentamento da doença, conforme o Ministério da Saúde, o Brasil deve receber 50 mil doses contra a varíola do macaco no primeiro lote distribuído pela OMS às Américas. Durante a 7ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília (DF) nessa quinta-feira, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, anunciou que o esquema de imunização contra a complicação no Brasil pode ser em duas doses, com intervalo de 30 dias entre uma aplicação e outra.

Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde ativou o Centro de Operação de Emergências (COE) para elaboração do Plano de Contingência do surto de varíola do macaco no Brasil. Ainda hoje, a Anvisa publicou uma portaria cirando o Comitê Técnico da Emergência Monkeypox. Segundo o órgão, a decisão permitirá que sejam feitas atividades coordenadas para salvaguardar a saúde pública. 

O que é a varíola do macaco

A varíola do macaco é uma doença causada pela infecção com o vírus de mesmo nome, que causa sintomas semelhantes aos da varíola humana. A complicação começa com febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos linfonodos. Uma erupção geralmente se desenvolve de um a três dias após o início da febre, aparecendo pela primeira vez no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés. 

A doença pode ser fatal, embora seja tipicamente mais suave do que a varíola. É transmitida para pessoas de vários animais selvagens, como roedores e primatas, mas também pode ser transmitida entre pessoas após contato direto ou indireto.


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