Brasil tem mais de 1,7 mil mortes por chuvas nos últimos 10 anos, aponta Confederação dos Municípios

Brasil tem mais de 1,7 mil mortes por chuvas nos últimos 10 anos, aponta Confederação dos Municípios

Cerca de 25% dos óbitos aconteceram este ano

R7

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Nos últimos dez anos, as mortes causadas por excesso de chuvas e suas consequências no Brasil somaram 1.756, de acordo com dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que considerou o período de 1º de janeiro de 2013 a 31 de maio de 2022. Apenas este ano, 457 pessoas perderam a vida em decorrência do problema, o que representa mais de 25% do total de óbitos na última década. 

Nos cinco primeiros deste ano, já há mais mortes do que em qualquer balanço anual anterior em dez anos. Antes de 2022, o mais letal por chuvas no país era 2019, com 297 óbitos registrados, seguido por 2021 (290) E 2020 (216). Os dados foram coletados no Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional (S2ID/MDR). Intensificados nos últimos anos, os desastres por chuvas são registrados todos os anos no Brasil sem que haja de fato uma estratégia em busca de uma solução definitiva, segundo a CNM.

Para o presidente da Confederação, a falta de recursos para prevenção no orçamento de desastres do país é um dos principais motivos para a recorrência dos problemas. “Com a redução cada vez maior de verba para prevenção, ano após ano, em todo governo, o resultado é que, na prática, só se atua na resposta, com grande peso para as prefeituras”, avalia.

A entidade municipalista destaca que os municípios não têm capacidade técnica e financeira para atuarem sozinhos. A Lei 12.608/2012, do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), prevê também responsabilidades da União e dos estados para redução dos riscos de desastres.

Populares se deparam com deslizamento em Pernambuco | Foto: Sergio Maranhão / AFP / CP

Estudo da Confederação sobre desastres naturais, publicado em abril, mostrou que de 2010 a 2021 foram autorizados no orçamento federal R$ 36,5 bilhões para ações de gestão de risco, prevenção, respostas a desastres e recuperação de áreas destruídas e ou danificadas. No entanto, nesse período, a União pagou somente R$ 15,3 bilhões, ou seja, menos da metade. O valor para prevenção, porém, é mínimo. Para exemplificar, em 2020, apenas R$ 211 mil foram destinados pela União para ações de prevenção, conforme a CNM. 

Mortes causadas por excesso de chuvas: 

2013 - 131
2014 - 93
2015 - 73
2016 - 76
2017 - 64
2018 - 59
2019 - 297
2020 - 216
2021 - 290
2022* - 457

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