Brasileiro percorre em média 72 quilômetros para receber atendimento médico, diz IBGE

Brasileiro percorre em média 72 quilômetros para receber atendimento médico, diz IBGE

Dados foram divulgados para auxiliar cidades e estados a planejarem medidas de enfrentamento ao Covid-19

R7

Estudo do IBGE mostra que o brasileiro percorre, em média, 72 km para receber atendimento médico básico e 150 km para passar por cirurgias e procedimentos avançados

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Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o brasileiro percorre, em média, 72 quilômetros para receber atendimento médico básico em serviços de saúde no país e 150 quilômetros para passar por cirurgias e procedimentos avançados. Estes dados sobre o deslocamento da população para receber atendimento em serviços de saúde de baixa e média complexidade foram divulgados pelo IBGE e fornecidos para a Fiocruz, para auxiliar estados e munícipios a planejarem sua rede de atendimento de saúde no combate a Covid-19.

Estes serviços de baixa e média complexidade incluem consultas médicas e odontológicas, exames clínicos, serviços ortopédicos e radiológicos, fisioterapia e pequenas cirurgias, dentre outros atendimentos que não impliquem internação, e contemplariam a procura por casos iniciais suspeitos do novo coronavírus.

“Se uma cidade tem um hospital regional, isso significa que ele não atende somente pacientes do município onde está localizado, mas também das cidades vizinhas. Os dados dessa pesquisa ajudam a dimensionar o impacto disso na saúde. Daí a importância de sabermos como as pessoas se deslocam no território das cidades”, explicou Claudio Stenner, coordenador de Geografia do IBGE.

Segundo os dados, Manaus, a capital do Amazonas, é a cidade que recebe pacientes que precisam percorrer as maiores distâncias, que chegam, em média, em média, 418 quilômetros, e é uma das cidades onde o sistema de saúde ficou mais saturado devido ao aumento no número de casos da doença.

Já Goiânia (GO) é o município que atende pacientes do maior número de cidades, são 115 no total, e Santa Catarina é o único estado onde ocorrem deslocamentos médios inferiores a 40 km, os menores do país, com destaque para o município de Chapecó.

Ajustar a demanda para casos de Covid-19

Estas informações sobre o fluxo de pessoas em busca de atendimento médico foram divulgadas pelo IBGE, para que estados e cidades de todo o país possam analisá-los, cruzá-los com outros dados do sistema de saúde local, e planejar melhor suas ações de enfrentamento e atendimento de casos do novo coronavírus.

“É possível identificar, por exemplo, municípios onde podem ocorrer superlotação das unidades de saúde. Os órgãos poderão correlacionar com a quantidade de respiradores e verificar pontos no território menos assistidos, julgando necessária a instalação de pontos de atendimento. São inúmeras as possibilidades de uso dos dados”, afirmou Bruno Hidalgo, gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE.

Mais de 100 quilômetros para fazer uma cirurgia

Os dados divulgados mostram ainda que o brasileiro precisa percorrer 150 quilômetros, em média, mais que o dobro da distância dos atendimentos de baixa e média complexidade, quando precisa de atendimento de saúde de alta complexidade, como grandes cirurgias, ou exames especializados como ressonância magnética e tomografia e tratamentos de câncer.

Segundo o IBGE, na região Sul e Sudeste, essa distância é de em média de 100 quilômetros, já que estes atendimentos estão espalhados em cidades polos que são referência em saúde.

Roraima e Amazonas apresentaram as maiores médias de deslocamento para estes tratamentos mais complexos, com distâncias percorridas de 471 e 462 km, respectivamente.

Já a menor média, ainda segundo os dados, é no Rio de Janeiro, com 67 km, onde a capital divide o fluxo de pacientes com as cidades de Campos de Goytacazes, Volta Redonda e Itaperuna.


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