Buracos se proliferam no Centro de Porto Alegre

Buracos se proliferam no Centro de Porto Alegre

Trecho entre Andradas e General Câmara apresenta concentração do problema

Franceli Stefani

Trecho entre Andradas e General Câmara apresenta concentração do problema

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Pelo menos 15 buracos de diversos tamanhos, foram enumerados, da esquina da Rua dos Andradas com a Rua Caldas Júnior até a Esquina Democrática, na última quarta-feira. Em 30 minutos de caminhada, foi possível ver idosos, mulheres com crianças e deficientes visuais com dificuldades para se locomover devido à concentração de ambulantes. Um dos pontos críticos está entre a Andradas e a General Câmara. Segundo comerciantes locais, houve até queda de idosos no trecho.

Eles informaram, também, que não se veem obras por ali há pelo menos quatro meses. Um dos maiores buracos estava sinalizado e, conforme a Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb), foi consertada a parte cloacal na própria quarta-feira, pelo Dmae. Os restantes são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim). A Seção de Fiscalização de Passeios Públicos da pasta efetua a fiscalização nos logradouros da cidade.

Conforme a administração, o Centro Histórico possui um tratamento diferenciado em locais tombados pelo patrimônio histórico e onde há tubulações subterrâneas, casos que necessitam de autorização prévia para o diagnóstico, manutenção e conservação. “Nas áreas onde há calçadões, como na Rua da Praia, José Montaury e Vigário José Inácio, a conservação é responsabilidade da Divisão de Conservação de Vias Urbanas da secretaria. Na quinta-feira, equipes realizaram manutenção na Andradas, próximo à Borges de Medeiros”, informa, por meio de nota, a Smin.

A aposentada Maria Aparecida, 71 anos, relatou como é difícil driblar os obstáculos diariamente no centro de Porto Alegre. “Tem buraco de todo o tamanho e o pior é que eles aparecem e a gente não vê, acaba caindo ou torcendo o pé. Uma vizinha precisou ser socorrida porque teve uma lesão”, enfatizou. Segundo ela, esse cenário não é ruim apenas para os idosos, mas para todos os usuários.

“As pedras soltas são outro problema. Quando chove, a água acumula e elas ficam ainda mais perigosas”, acrescentou. O problema relatado por Maria é o mesmo apontado pela estudante Mariana Cardoso, 21. “Eu e meus amigos estávamos caminhado quando pisamos mal numa dessas soltas, nos sujamos e meu amigo ficou com a roupa molhada para ir à escola”, contou.

Na altura do número 1.190 da Andradas, o percurso apresenta uma série de buracos no concreto, pedregulhos soltos e lajotas ausentes. Deficiente visual, o autônomo Vilson Antônio de Borba, 56, andava com atenção, ontem, no local. Desviando de ambulantes e de pessoas apressadas, ele se queixou dos problemas que enfrenta. “Aqui eu já sei que existem buracos com seis ou oito meses de existência. A prefeitura não conserta, felizmente nunca caí porque as pessoas são solidárias e me ajudam”, concluiu.

Prefeitura afirma notificar proprietários

A Seção de Fiscalização de Passeios Públicos da Smim fiscaliza e notifica os proprietários para manutenção das calçadas da cidade. A responsabilidade pela manutenção, segundo a Smim, é do proprietário, a qualquer título. No caso do Centro Histórico, nas áreas dos calçadões, a manutenção é feita pela prefeitura.

A Smim informa que está reestruturando o setor de passeios públicos, com a integração de novos agentes para monitorar e atender com mais eficiência e rapidez. A pasta também está finalizando novo programa, que integra o projeto de reestruturação. O canal de reclamações, demandas e sugestões é o serviço 156.

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