Buracos transformam ato de dirigir em desafio para motoristas de Porto Alegre

Buracos transformam ato de dirigir em desafio para motoristas de Porto Alegre

Condutores reclamam da falta de qualidade do serviço que corrige falhas no asfalto de ruas e avenidas

Henrique Massaro

Motoristas são obrigados a conviver com buracos ao andar por Porto Alegre

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Apesar de a Operação Tapa Buracos ser considerada uma inciativa contínua da prefeitura em Porto Alegre, a proposta não tem sido vista pelos motoristas. Além da falta de capacidade de contemplar toda a cidade, os condutores costumam reclamar da falta da qualidade do serviço, que, segundo eles, não se mantêm pelo tempo adequado, principalmente quando ocorrem fortes chuvas. Eles relatam que, diariamente, pegar um carro na Capital consiste também em um desafio de desviar das falhas do pavimento.  

Em alguns pontos de vias importantes da cidade, de fato a Operação já mostrou resultado. Isso pode ser visto na avenida Protásio Alves, com grande parte coberta por asfalto recente. Não há como dizer, no entanto, que o problema tenha sido eliminado, pois, em alguns locais, as falhas ainda estão presentes. Na avenida Mauá, por exemplo, a maior quantidade de buracos chama atenção principalmente próximo ao muro da Trensurb. 

Muito pior é a situação em vias secundárias de bairros da zona Norte. Na rua Sampaulo, que cruza a avenida Manoel Elias, mais do que buracos, há verdadeiras crateras em meio ao paralelepípedo. Mais de R$ 1,2 mil foi o que os buracos das ruas da Capital custaram a Leandro Vargas, que trabalha como motorista de transporte por aplicativo. Precisando pegar o trânsito diariamente, ele nem sempre consegue se esquivar da buraqueira e acabou tendo que trocar a suspensão do seu carro. Ele reclama que o problema não se mostra somente nas vias de bairros mais afastados, mas em regiões mais nobres da cidade, além das avenidas. Segundo o motorista, que já está com um novo problema em uma das rodas do veículo, depois das chuvas, a situação sempre acaba piorando. “É um absurdo, sem administração”, afirma.

Calamidade 

“É um estado de calamidade, praticamente”, opina o também motorista de transporte por aplicativo Bruno Velho. De acordo com ele, a situação é ruim na região Metropolitana e na Capital. Ele é morador de Alvorada e precisa se dirigir diariamente para Porto Alegre, onde roda a maior parte do tempo. Assim como Leandro Vargas, Velho também estragou a suspensão do seu automóvel e ainda teve um pneu furado por causa dos buracos. Para Velho, a maior concentração dos problemas é dentro dos bairros e na região Sul da cidade como um todo. 

Edinaldo Eusébio não trabalha como motorista, mas precisa do carro para se deslocar de casa para o trabalho. Morador da região próxima à Arena do Grêmio, ele dirige de segunda-feira a sexta-feira para o Centro Histórico. Nesse caminho, costuma passar por diversos buracos e afirma que até já viu o problema sendo resolvido, mas parcialmente. O motivo, conforme ele, que, apesar das operações que são feitas para cobrir as falhas no asfalto, a situação não demora a retornar para o que era, principalmente em épocas de chuvaradas, quando, além de tudo, é mais difícil desviar da buraqueira. “Os buracos até são tampados, mas estão jogando dinheiro fora”, argumenta.


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