Busca por informações sobre coronavírus cresce nas tendas de triagem de Porto Alegre

Com a proximidade do inverno, que começa no próximo sábado, dia 20, e o aumento dos casos de contaminação e mortes por conta da Covid-19, cresceu a busca por informações por parte da população nas tendas de triagem montadas em hospitais e nas unidades básicas de saúde de Porto Alegre. No hospital Vila Nova, na zona Sul da Capital, a enfermeira Lucimara Miranda da Silva informou que desde o dia 31 de março já foram realizados um total de 1.931 atendimentos na unidade. Ela explicou que muitas pessoas vão até a emergência, onde fazem questionamentos sobre sintomas e transmissão. Em seguida, caso apresentem os sintomas, elas são encaminhados até a tenda de triagem que funciona todos os dias da semana das 7h às 19h. O serviço não funciona à noite.

Segundo Lucimara, quem procura o serviço está sempre protegido com o uso de máscara ou face shield (protetor facial) e costuma levar álcool em gel para a higienização das mãos. Na manhã de ontem, a auxiliar administrativa Kleusa Moraes explicou que foi até o hospital em busca de informações confiáveis. "Nada como um hospital ou um posto de saúde para termos informações sobre a doença", destacou. Na tenda montada no posto da Cruzeiro do Sul, que funciona 24 horas, os funcionários informaram que a dúvida da população sobre a pandemia do coronavírus também está relacionada aos sintomas e à transmissão.

Na UPA Moacyr Scliar, que pertence ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), a gerente Jaqueline César Rocha informou que o movimento vem aumentando na unidade que começou a atender no dia 11 de maio. No mês de maio, foram 30 pessoas atendidas por dia por sintomas como febre e tosse. Nas duas primeiras semanas de junho, o atendimento aumentou para 50 pessoas diariamente na tenda da UPA. Nessa semana, a média já está em 70 pessoas por dia. Em função da demanda de pessoas que procuram o serviço, o Exército deverá montar um hospital de campanha na área da instituição de saúde nos próximos dias. O GHC solicitou ao Exército uma barraca para acomodar pacientes em espera por atendimento, pois o volume está aumentando e a sala de espera comporta 10 pacientes por conta do distanciamento. Ainda não houve o retorno do Exército brasileiro sobre a colocação da estrutura na instituição de saúde.

O médico Alexandre Bessil, gerente das Interunidades de Emergência do GHC, disse que 4.225 pessoas foram atendidas na Central de Triagem Covid-19 do GHC desde o dia 26 de março. Deste total, 119 apresentaram suspeita da Covid-19. A estrutura funciona no espaço de parte da Escola GHC, na avenida Francisco Trein, bairro Cristo Redentor, próximo ao Hospital Conceição. Com atendimento diário das 8h às 22h, a unidade recebe pacientes suspeitos de coronavírus, para avaliação de risco. Quem necessitar de internação é encaminhado para o Hospital Conceição e os que não têm gravidade são orientados a voltar para casa.

O local conta com quatro consultórios, uma sala de estabilização, uma sala de classificação de risco com dois classificadores e uma ambulância para transporte de paciente. A equipe é formada por três enfermeiros, quatro médicos, três técnicos de enfermagem e dois auxiliares administrativos. O movimento de pessoas em busca de informações sobre a Covid-19 tem sido intenso também nas tendas de triagem localizadas nas unidades de saúde da Bom Jesus, Lomba do Pinheiro e nos hospitais Materno Infantil Presidente Vargas e da Restinga Extremo Sul. Conforme Bessil, quem procura o serviço das tendas de triagem em Porto Alegre busca informações sobre os sintomas do coronavírus e como ocorre a transmissão. Tanto os enfermeiros quanto os técnicos de enfermagem dos hospitais e dos postos de saúde alertam sobre os sintomas mais comuns, que são tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar.