Câmara vai tentar sessão extraordinária nesta sexta para votar pacote do transporte de Porto Alegre

Câmara vai tentar sessão extraordinária nesta sexta para votar pacote do transporte de Porto Alegre

Projetos de autoria do Poder Executivo afetam em particular os rodoviários e motoristas de aplicativo

Gabriel Guedes e Eduardo Amaral

Grupo de rodoviários aguardavam início de sessão extraordinária da Câmara de Vereadores que discutiria futuro da categoria

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Após duas tentativas de iniciar uma sessão extraordinária para apreciar o pacote de transporte sugerido pela prefeitura de Porto Alegre, o presidente da Câmara de Vereadores da Capital, Reginaldo Pujol (DEM), vai fazer uma terceira tentativa na manhã desta sexta-feira. Será às 9 horas. Caso não haja quórum, os trabalhos deverão ser retomados na segunda feira. Os rodoviários, que seguem mobilizados, prometeram novamente acompanhar a questão no plenário, bem como os motoristas de aplicativos. Duas das categorias que serão diretamente atingidas pelas medidas, caso sejam aprovadas. Nesta quinta-feira, a sessão estava agendada para ocorrer pela manhã. No entanto, após verificações de quórum, o presidente da Casa decidiu esperar até as 14h para ver novamente a presença de vereadores para tentar analisar os projetos e votá-los. Mas como não houve a apresentação de requerimento da maioria, fracassou assim a segunda tentativa.

Em um primeiro momento, os vereadores não deram quórum, obrigando o presidente Pujol a convocar uma nova chamada às 10h30min. Presente no local, o vereador Ricardo Gomes (PP), conhecido por apoiar o governo do prefeito de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), classificou o texto do executivo municipal como um "projeto mal escrito". Ele disse que votará contra as medidas que criam tarifas. A posição de Gomes é muito semelhante ao que pensam os opositores, que também classificam a forma como os projetos chegaram à Câmara e a falta de articulação com o Legislativo. Mais tarde, após a nova verificação de quórum, Pujol decidiu reunir os líderes. O que aconteceu novamente durante o período da tarde, de onde saiu a decisão de tentar iniciar a sessão desta sexta-feira.

 

 

Na tarde de hoje, enquanto aguardavam pela segunda tentativa de ver o pacote em discussão no plenário, impacientes, rodoviários pressionavam, aos gritos, pelo começo dos trabalhos no Legislativo. Mas não adiantou. "A Câmara está convocada para os dois dias (quinta e sexta). Seria até um desrespeito com quem está aguardando os acontecimentos não tomar nenhuma medida mais concreta. Nenhum vereador tem a obrigação de aprovar ou rejeitar projetos, mas a Câmara tem a obrigação de conduzir da melhor maneira a situação. Como manda o Regimento, se tivermos quórum, voltamos aos trabalhos”, assegura Pujol. Caso persista a ameaça do pacote, os rodoviários pretendem entrar em greve na próxima terça-feira.

Procurado pelo Correio do Povo, o prefeito preferiu não comentar o esvaziamento da sessão plenária durante convocação extraordinária para votação do pacote. Ele prefere "deixar o debate para a área técnica, sem politizar o assunto que é tão importante para a cidade".

O pacote conta com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre. As medidas, se implantadas em sua totalidade, a prefeitura projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021, ao dividir a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas de carros de outras cidades e empresas de aplicativo, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).


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