Cães têm destino incerto em Nova Santa Rita

A professora aposentada Nadja Regina Dias da Costa, 53 anos, que há 12 anos se dedica a cuidar voluntariamente de cães abandonados nas cidades de Canoas e Nova Santa Rita, segue a briga na Justiça para conseguir um local adequado e continuar cuidando de 53 cachorros. Ela foi alvo e dois processos em 2015, um por crime ambiental e outro por perturbação do sossego, e está diante de um dilema.

Conforme o advogado de Nadja, Jaime Valverdu, a partir de 2016, assim que for intimada pela Justiça (atualmente em recesso), ela terá prazo de 30 dias para tirar os cães da casa que aluga, em Nova Santa Rita, sob pena de pagar multa diária. “Não tenho pra onde levá-los. Quero voltar para Canoas, de onde saí e me arrependi. Protocolei dois pedidos de ajuda à prefeitura. Receio pelo destino e vida desses animais”, desabafa.

Após as audiências, o processo de crime ambiental foi arquivado. Valverdu explica que a ação judicial que segue, e teve o recurso parcialmente procedente, é com relação à permanência dos animais na propriedade. “Ela terá que se desfazer dos animais, com direito a permanecer com cinco.” Nadja diz ter ainda seis meses de contrato de locação. “A Prefeitura de Nova Santa Rita, que esteve representada na última reunião no Ministério Público, é irredutível. Não posso ter canil lá.” Ela diz que não sabe mais a quem recorrer. Quem estiver interessado em adotar um animal pode entrar em contato pelo e-mail ajudeumamicao@gmail.com ou no perfil dela na rede social Facebook.

A Prefeitura de Canoas informou que tem conhecimento do fato e dos pedidos protocolados e está buscando alternativas para adotar uma solução para o caso. Já a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Nova Santa Rita informou que a moradora não solicitou autorização municipal e nem possui licenciamento ambiental para a criação de cães naquela área. Conforme legislação municipal, não é permitido canil em área urbana sem licenciamento ambiental e sem controle de zoonoses.