Caminhada na Redenção lembra o Setembro Amarelo em Porto Alegre

Caminhada na Redenção lembra o Setembro Amarelo em Porto Alegre

Pessoas vestiram camisetas e carregaram nas mãos balões na cor que representa a causa

Christian Bueller

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A chuva deu uma trégua na manhã deste domingo para uma ação que reuniu dezenas de pessoas em frente ao Monumento ao Expedicionário do Parque Farroupilha, em Porto Alegre. A Caminhada Juntos Pela Vida lembrou o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio. O evento foi promovido pela Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio e Automutilação da Câmara de Vereadores. 

Pessoas vestiram camisetas e carregaram nas mãos balões na cor que representa a causa, caminhando em um itinerário que atravessou o Brique da Redenção. Presidente da frente parlamentar e organizadora da iniciativa, a vereadora Tanise Sabino (PTB) lembrou da importância do debate sobre o tema. “Os índices de suicídios são alarmantes, de 800 mil a um milhão de pessoas no mundo. Uma pessoa morre a cada 40 segundos assim no Brasil e precisamos de ações de conscientização”, contou a primeira vereadora psicóloga da Capital, que tem como uma de suas bandeiras o trabalho pela saúde mental.

Tanise lembrou do tabu que era falar sobre o assunto até alguns anos atrás. “É necessário abordar este tema, mas de forma correta: sobre os fatores de risco, os sinais de alerta e como ajudar. Nunca divulgar o suicídio de forma romantizada, como um ato heroico. Porque é um pedido de ajuda”, explica. A vereadora ressaltou que entre 90% a 97% das pessoas que cometem o suicídio tinham algum problema de saúde mental. “São casos de depressão, bipolaridade e dependência química. A pessoa está, na maioria das situações, em transtorno psíquico, desamparada, desesperada e sem esperança”, frisa Tanise, que solicitou à prefeitura uma palestra aos professores da rede municipal sobre o assunto.

Panfletos abordando o Setembro Amarelo foram distribuídas durante a caminhada, que contou com a participação do prefeito Sebastião Melo e a primeira-dama Valéria Leopoldino. “Os estudiosos dizem que há sinais detectáveis para que haja a prevenção do suicídio. Este tema da saúde mental, que também está na pauta do Executivo, precisa ser discutido”, referiu. O secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, presente à caminhada, ressaltou a necessidade de treinar os professores para que consigam contribuir com a prevenção de eventuais ocorrências. A iniciativa foi realizada em parceria com o gabinete do deputado estadual Elizandro Sabino (PTB).

O Setembro Amarelo foi criado no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O movimento no mundo surgiu nos EUA após o suicídio do jovem mecânico Mike Emme, de 17 anos, conhecido por ter restaurado um carro Mustang 68 que ele mesmo pintou de amarelo. No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país.


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