Campanha "1 segundo contra a violência" é lançada em Porto Alegre

Campanha "1 segundo contra a violência" é lançada em Porto Alegre

Iniciativa inédita reúne todos os veículos de comunicação do Estado

Henrique Massaro

Campanha começa nessa terça-feira

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Uma união inédita de todos os veículos de comunicação do Rio Grande do Sul em torno do mesmo assunto: combater a violência no Estado. Pensada há cerca de dois anos, a campanha "1 segundo contra a violência, você decide se ela avança" foi lançada hoje na Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), em Porto Alegre. O nome foi a forma encontrada para mostrar para a sociedade como as curtas decisões do dia a dia podem contribuir para o combate à criminalidade de maneira geral.

Nos próximos dias, a população deve ver as mensagens da mobilização em todos os veículos de comunicação e também nas ruas. O diretor da agência Martins Andrade, Airton Rocha, que desenvolveu a ideia, disse que conceber a campanha foi complexo, já que a violência é um tema que envolve diversas variantes. Em função disso, de acordo com ele, entendeu-se que se trata de um assunto que envolve toda a sociedade, que precisa ser ouvida. Por isso optou-se por propor uma reflexão com o objetivo de criar engajamento. 

"Temos uma tendência a sempre procurar culpado, responsabilizar a polícia, os governos, a Justiça, e esquecemos de olhar a nossa participação”, explicou, ao dizer que a proposta é de convidar a população para o centro do debate. “Mais do que uma campanha, é um movimento. Não é uma campanha que se esgote, é o início de um processo", comentou. A ideia é que, com o envolvimento de toda a imprensa, a mobilização ganhe espaço nas linhas editoriais e nas redes sociais.

"Chegamos à conclusão de que os veículos de comunicação tinham uma responsabilidade muito maior, que era tratar a violência como um tema geral. E que cada um de nós tinha uma responsabilidade nisso, que, muitas vezes, não é percebida", detalhou. Sobre a participação que a sociedade tem com relação ao aumento da criminalidade, Rocha citou as pessoas que compram produtos piratas, roubados e utilizam drogas ilícitas.

"No momento que faz isso, está incentivando a cadeia da violência". O presidente do grupo Record, Reinaldo Gilli, disse que o dia foi histórico para o Rio Grande do Sul em função do envolvimento da imprensa de maneira geral para conscientizar a população sobre a importância do tema. De acordo com ele, a expectativa é que os índices de violência diminuam e um dia possam cessar. "Não temos prazer quando noticiamos violência, assaltos, mortes e criminalidade, mas são fatos. E, se não queremos continuar veiculando essas notícias, nos reunimos com os demais veículos, com a Secretaria de Segurança e com a sociedade para que, juntos, possamos combater a violência, e o nosso Estado possa se tornar mais seguro e melhor para se viver, não só para nós, mas também para nossos filhos, netos e para o futuro", explicou.

O diretor-presidente do Correio do Povo, Sidney Costa, disse que o jornal, centenário e envolvido com a sociedade, conhece bem as questões, especialmente quando se fala de segurança. "Infelizmente, os dados que publicamos são tristes. E nada mais justo do que usar a comunicação para chamar a sociedade para uma luta que não é só dos órgãos públicos, mas de todos nós", ressaltou. Comentou ainda que o nome da campanha mostra a urgência do tema e faz uma provocação para que a população se engaje. "Cada um de nós tem um papel importantíssimo de protagonista para que tenhamos um estado mais seguro e mais tranquilo". 


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