Canguçu entra em estado de calamidade hospitalar

Canguçu entra em estado de calamidade hospitalar

Casa de saúde e Secretaria Estadual divergem sobre repasses

Samantha Klein / Rádio Guaíba

Segundo a administração do hospital, são necessários R$ 2 milhões para comprar medicamentos e materiais

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A Prefeitura de Canguçu, no Sul do Estado, decretou estado de calamidade pública no setor hospitalar da rede pública. O decreto foi assinado na manhã desta terça-feira. A medida busca pressionar o governo do Estado a repassar verbas supostamente atrasadas e solicitar auxílio federal para o Hospital de Caridade. A instituição é a única do município e 90% dos procedimentos são realizados via SUS.

Conforme informações da administração do hospital, são necessários R$ 2 milhões para comprar medicamentos e materiais, além de pagar os salários atrasados, além da segunda parcela do 13º dos trabalhadores. A instituição passou a atender somente os casos urgentes e partos, pelo menos até a próxima segunda-feira, quando ocorre mais uma reunião.

Um empréstimo de R$ 316 mil do Banrisul foi liberado ao hospital na segunda-feira, porém o montante é insuficiente para manter consultas e cirurgias eletivas. Pacientes estão sendo transferidos para Piratini, Pelotas e Rio Grande. Conforme o diretor técnico do hospital, Luiz Ernesto Vargas, o contrato mensal com o Estado é de R$ 970 mil. O governo repassou somente R$ 410 mil em dezembro e R$ 54 mil em novembro.

A Secretaria Estadual da Saúde se manifestou através de nota, informando que em 2013 e 2014 a Pasta aportou em favor do hospital mais de R$ 4,6 milhões em recursos emergenciais, além dos valores contratualizados e de produção. A Pasta também negou ter dívidas com a instituição. Conforme o advogado do Hospital de Canguçu, Marcelo Telesca, pode ter ocorrido algum pagamento em duplicidade no passado, mas o desconto não foi comunicado à instituição.

Além da medida assinada pela Prefeitura, o hospital vai ingressar com uma ação de medicamentos contra o Estado e o governo federal, a fim de manter o atendimento mínimo. “Já realizamos o levantamento do estoque e é de chorar. O hospital tem menos de 15 pessoas internadas enquanto poderia ter 130?, ressaltou Telesca.

Para que o decreto de calamidade tenha efeito, precisa ser homologado pelo Estado e reconhecido pela União.

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