Casa de acolhimento de mulheres Mirabal, em Porto Alegre, tem luz cortada
De acordo com coletivo, conta que era paga pela Prefeitura de Porto Alegre está acumulada em R$ 25 mil
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A Casa de Referência Mulheres Mirabal mobiliza apoiadores para reunir dinheiro para a gasolina de um gerador de energia elétrica após ter a luz cortada por volta do meio-dia desta quarta-feira. Segundo o grupo, a dívida com a CEEE gira em torno de R$ 25 mil. De acordo com Nana Sanches, integrante do coletivo, a conta de luz é paga pela Prefeitura de Porto Alegre, que teria deixado de quitar o valor mensal desde janeiro deste ano.
“Vamos correr atrás de uma solução, mas por enquanto estamos com gerador. O que não dá mais é pra ficar nesta situação: não cederem o prédio, não pagarem a luz, mas também não cederem outro lugar”, disse Nana à reportagem do Correio do Povo. Atualmente, são quatro mulheres, incluindo uma idosa, e seis crianças em acolhimento em um imóvel – que pertence ao Executivo.
“A coordenação da Mirabal já entrou em contato com a CEEE para entender o motivo do corte e em caso de contas a serem pagas, se coloca à disposição para fazer o pagamento, desde que a titularidade do imóvel passe para o Movimento de Mulheres Olga Benario, que é responsável pela instituição”, publicou o coletivo nas redes sociais.
A cedência do prédio foi concedida em primeira instância por meio de liminar para reintegração de posse em 2018. De acordo com o coordenadora da Mirabal, no ano passado, durante a gestão do então prefeito Nelson Marchezan, também houve corte de luz no local.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre se manifestou por meio de nota enviada às 20h15min:
Sobre o pagamento da conta de energia elétrica da Ocupação Mirabal, a prefeitura de Porto Alegre informa que o grupo não é regularizado e não é conveniado com o Município, ocupa irregularmente uma escola municipal. O imóvel é objeto de ação de reintegração de posse, suspensa e encaminhada ao Centro Judiciário de Resoluções de Conflitos do TJ (Cejusc). Durante audiências já realizadas com as representantes do Movimento de Mulheres Olga Benário, que representa a ocupação Mirabal, já foram informadas que o Município não arcaria com despesas referentes à utilização do imóvel, como a conta de luz. Uma nova audiência está marcada para dia 22 de setembro.
A Secretaria de Desenvolvimento Social, por meio da Diretoria de Direitos Humanos e Coordenadoria da Mulher, buscou o diálogo e o auxílio para a regularização do grupo.
Desde 2017 foram realizadas diversas reuniões com o Movimento Mulheres Olga Benário na busca de uma solução, incluindo a criação até de um grupo de trabalho unindo Estado e Município. A radicalização ocorreu por parte da entidade no momento em que o grupo optou por ocupar a escola, na Avenida Souza Reis.