Casos de SRAG estão estáveis e no patamar mais baixo da pandemia, aponta Fiocruz

Casos de SRAG estão estáveis e no patamar mais baixo da pandemia, aponta Fiocruz

Região Sul registra estabilidade ou queda nos casos nos estados e capitais

Correio do Povo

Apenas Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará e Rondônia apresentam sinal de crescimento de casos na tendência a longo prazo

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O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, apontou sinal de estabilidade nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país, no mais baixo patamar desde o início da epidemia no Brasil. A análise mostra que apenas cinco dos 27 estados registraram sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a Semana Epidemiológica (SE) 38, de 19 a 25 de setembro: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará e Rondônia.

Dentre os demais, 14 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. O estudo destaca também que Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro são as únicas unidades federativas que apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Atualmente, cerca de 96% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial de vírus respiratório correspondem a infecções por Sars-CoV-2. 

Em relações às regiões, no Sudeste, Belo Horizonte apresenta indícios de crescimento abrupto, uma quebra no padrão observado no quadro geral do momento e que ainda não se verifica no dado estadual. Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, esse aumento pode estar associado a alterações no fluxo de notificações combinado com ligeiro crescimento na estimativa de casos semanais na população idosa, sendo necessário uma reavaliação ao longo das próximas semanas.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais mantêm o volume de casos semanais em crianças de 0 a 9 anos significativamente elevado.

Na região Norte, o panorama sugere apenas algumas oscilações em todos os estados, com sinal de crescimento na tendência de curto prazo em alguns deles. Ainda assim, os valores são os menores desde o início da epidemia. A situação é parecida no Nordeste, com indicativos de queda ou estabilidade em patamares baixos, ainda que na Bahia tenha sido registrado sinal de crescimento na tendência de curto prazo.

Estabilidade ou queda na Região Sul

Já no Sul, há sinal de estabilidade ou queda nos estados e capitais, porém mantendo estabilidade em valores significativamente elevados nas crianças de 0 até 9 anos, sendo a região que mais preocupa em relação a essa faixa etária. Foi também onde se registrou contribuição importante de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) nas crianças.

Maioria das capitais apresentam queda de casos

Dentre as capitais brasileiras, apenas 4 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 38: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF) e Salvador (BA). Porto Alegre (RS) e outras dez capitais apresentam sinal de queda na tendência a longo prazo, conforme o boletim.

Além disso, três capitais apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três  semanas): Campo Grande (MS), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

Vírus Sincicial Respiratório preocupa

Ainda que em valores relativamente mais baixos do que o total de casos semanais de SRAG, a análise da Fiocruz alerta para o aumento no número de casos confirmados de vírus sincicial respiratório (VSR), com valores acima de 200 novos casos semanais entre as semanas 6 a 29 de 2021 (07/02 a 24/07).

“Esse aumento encontra-se presente em todas as regiões do país, sendo que as regiões Sul, Centro-Oeste, e Sudeste são as que apresentam a maior incidência acumulada até o momento. O aumento de casos confirmados de VSR pode estar associado ao relaxamento em relação às medidas de distanciamento que também levou ao aumento explosivo nos casos de Covid-19”, ressalta o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

“Para os casos de SRAG em crianças pequenas sem diagnóstico positivo para Covid-19, o VSR acaba sendo o suspeito natural. Nesse caso, a testagem por RT-PCR é importante não só para o acompanhamento da disseminação do vírus, mas também para o diagnóstico diferencial. Quanto à faixa etária, os casos de VSR apresentam mediana de 0 ano e intervalo de confiança a 90% até os 54 anos de idade — ou seja, o resultado está concentrado no intervalo de 90 das 100 amostras. Ao mesmo tempo, a mediana para o total de casos de SRAG referentes ao ano de 2021 é de 56 anos”, apontou em documento.


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