Celulose Riograndense para sua produção por falta de suprimentos

Celulose Riograndense para sua produção por falta de suprimentos

Empresa gera 24 mil empregos, dos quais 5 mil são diretos

Heron Vidal

publicidade

Mais de 5 mil toneladas de celulose branqueada de eucalipto já deixaram de ser produzidas desde sábado pela Celulose Riograndense, em Guaíba, quando foi interrompida a operação de uma das suas duas linhas de produção. A partir desta quinta, a segunda fábrica será também paralisada: ambas produzem 5,6 mil toneladas de celulose/dia. O motivo é a greve dos caminhoneiros e os seus efeitos no suprimento e logística do grupo.

Conforme o diretor-presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, além da produção de celulose, a empresa desativou suas plantas de papel (para impressora), de produtos químicos e geração de energia elétrica (injeta 30 MW/h no sistema interligado nacional). "Usamos o gás para as empilhadeiras, óleo diesel para a frota de caminhões, gasolina/etanol à frota de carros e utilitários leves, e óleo pesado e carvão às caldeiras e agora estão acabando nossos estoques", explicou.

Na estimativa de Nunes a produção da Celulose Riograndense pode ficar de três a quatro dias totalmente paralisada. São dois dias para o desligamento das máquinas e mais dois necessários à retomada das operações. Não há como prever, mas se isso se confirmar, quase 25 toneladas de celulose deixarão de ser processadas. Como os serviços de logística do grupo são terceirizados, toda a cadeia operacional ligada a fábrica também parou devido a greve e falta de combustíveis.

Nunes lembra que a empresa é muito bem estruturada. "Desde a aquisição, da Aracruz Celulose, em 2010, até agora, foram investidos 4 bilhões de dólares. Não há risco aos empregos da Celulose, mas como ficará a economia, as empresas menos estruturadas?", questiona. Segundo ele, o movimento dos caminhoneiros foi justo e a situação da categoria era insustentável, mas agora as reivindicações foram atendidas. "A greve agora é pelo frete ou há infiltração política? Isso vai custar muito, muito caro ao país e à população", afirma

Ao todo, Celulose Riograndense gera 24 mil empregos, dos quais cerca de 5 mil são diretos. Em maio de 2015 o grupo inaugurou sua segunda e nova planta industrial. No RS a empresa planta 160 mil hectares em florestas e tem mais 160 mil hectares destinados à preservação ambiental. O presidente da empresa lamenta a desestruturação em hospitais, falta de medicamentos, redução e parada de atividade nas empresas (indústria, comércio e serviços) e criticou a "cassação do direito de ir e vir dos cidadãos pelo corte dos combustíveis".

Suas críticas se estenderam também "a governança do Brasil" em todos os seus níveis e poderes, por demonstraram "incapacidade de gerenciar" nas causas e somente sobre as consequências, com elevado custo a toda a sociedade. Walter Lídio Nunes acha que as pessoas terão papel importante nas eleições. "Estamos vendo a infiltração política, a tentativa de agravar o país, agora é o anuncio de greve dos petroleiros. O momento é de pensar para se escolher algo novo, melhor para o Brasil", concluiu.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895