Cerca de mil pessoas participam da 3ª etapa do circuito Chega de Trabalho Infantil
Competição tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre os malefícios das crianças trabalharem
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Hoje professora de inglês de uma escola particular, Amelina conseguiu superar as dificuldades impostas pelo trabalho precoce, mas sente que a trajetória teria sido mais simples se tivesse tido o final da infância e a adolescência para estudar. “Eu acho que queimei muitas etapas da minha vida”, comentou, ao elogiar a importância de a iniciativa e a adesão do público. Além de representar parte de sua história, a corrida também demonstrou sua superação física. Aos 49 anos, a professora, que começou a correr há um ano e quatro meses, completou o percurso de 10 quilômetros e aguardava para saber sua colocação. Nas duas primeiras etapas da maratona, ela chegou em segundo e terceiro lugar.
Além dessa categoria, o circuito contou com percursos de 5, 15 e 20 quilômetros, todos nas categorias feminina e masculina. Havia, ainda, a modalidade infantil, dividida em categorias dos 3 aos 14 anos e em trajetos de 50 a 400 metros. De acordo com Paulo Silva, organizador da corrida, em todas as categorias havia premiação no pódio até a quinta colocação. Ainda segundo ele, o evento serve como preparação para a Maratona de Porto Alegre, que deve ter cerca de dez mil participantes no dia 10 de junho.
Para a procuradora Patrícia Sanfelici, titular da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância), as três etapas do circuito conseguiram cumprir o objetivo de chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre os malefícios do trabalho infantil. De acordo com ela, a expectativa é de que a população cada vez mais se comprometa com a causa da maratona, que pode, inclusive, vir a ser realizada em outros municípios.
Promovido pelo MPT e pelo Corpa, o evento contou com o apoio do Ministério Público Estadual (MP/RS) e do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS).