Cheia do Guaíba coloca altura de ponte novamente em xeque

Cheia do Guaíba coloca altura de ponte novamente em xeque

Proximidade da estrutura com a água no Canal Furado Grande chama a atenção

Gabriel Guedes

Elevação de ponte em relação ao nível do Guaíba chama atenção de usuários da BR-290 na travessia das ilhas, em Porto Alegre

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Às 17h15 desta quinta-feira, a régua no Cais Mauá, em Porto Alegre, apontava o nível do Guaíba em 2,32 metros. A marca imposta por esta enchente deixava a nova ponte, que está sendo construída sobre o Canal Furado Grande, entre a Ilha do Pavão e Ilha Grande dos Marinheiros, a uma altura aproximada de 1,50 da lâmina da água. Um intervalo tão pequeno que chamava a atenção de quem passava pelo traçado atual da BR-290 e também dos remadores, que utilizam o canal para a prática do esporte. A ponte, de pouco mais de 3,5 metros de altura, deveria ter sido construída mais alta, se respeitasse o Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), que determina que a estrutura deve ser erguida com pelo menos um metro acima da cota de cheia.

Desde 2018, quando a situação veio à tona, o Dnit vêm afirmando que não há risco de a ponte, de cerca de 200 metros de extensão, ser afetada por uma cheia. Segundo um ribeirinho, que observava as águas no local da obra da nova ponte, na tarde de ontem, mas que preferiu não se identificar, nem com a marca da enchente de 2015, quando o Guaíba chegou a 2,94 metros, a nova ponte ficaria comprometida. "Ainda sobraria um pouco. Não atingiria a pista", aposta. O Dnit informa desde aquela época que "a obra está de acordo com o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) aprovado para o empreendimento”.

Entretanto, se agora a altura desta parte da nova travessia provoca apreensão, quando rio o nível da água está mais baixo, também não agrada. "Não é possível ver um ponte tão baixa daquele jeito, que impede todas as embarcações de passarem ali, até mesmo os dos pescadores das ilhas. Muito menos uma embarcação um pouco mais alta. Só posso entender que seja um erro, que eles não previram. Agora com a água bem alta, ninguém consegue mesmo passar por ali", avalia a presidente da Federação de Remo do Rio Grande do Sul, Ana Valesca Bastos Hoerlle.


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