Chuva em 24 horas ultrapassa metade da média do mês em Porto Alegre

Chuva em 24 horas ultrapassa metade da média do mês em Porto Alegre

Sexta-feira foi de transtornos no trânsito da Capital do Rio Grande do Sul

Henrique Massaro

Asfalto cede e carro de auto-escola caiu em buraco na avenida Padre Cacique

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A chuva em Porto Alegre entre a quinta-feira e a sexta-feira ultrapassou a metade da média do mês de abril. Segundo dados da Defesa Civil do município, em 24 horas, a média de chuva na Capital chegava a 46,78 milímetros. A precipitação acumulada até a manhã desta sexta-feira chegou a 59,97 milímetros na Restinga e 59,1 milímetros no bairro Cristal. A média histórica de chuvas do mês é de 86,1 milímetros.

No bairro Cidade Baixa, o acumulado foi de 58,86 milímetros. No Partenon, chegou a 51,71 milímetros. Já na Protásio Alves, no São João e no Belém Velho, o acúmulo foi menor: 39,88; 30,36 e 27,59 milímetros, respectivamente.

A prefeitura, que trabalhou com suas equipes na solução dos transtornos, solicitou à população que as demandas envolvendo problemas ocasionados pelas chuvas sejam registradas pelo pelo Sistema Fala Porto Alegre, no telefone 156, para que os técnicos possam tomar conhecimento dos casos, com posterior envio das equipes.

Estragos com a chuva

Apesar de a sexta-feira ter amanhecido com chuvas fracas, o temporal que se abateu sobre Porto Alegre no final da noite de quinta-feira foi suficiente para causar estragos e complicações ao longo do dia. Como costuma ocorrer em dias marcados por instabilidade, o trânsito se mostrou lento em diversos locais da cidade, que registraram alagamentos, quedas de árvores e acidentes. Principalmente no início da manhã, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou diversos transtornos.

Por volta das 7h30min, um carro e uma motocicleta se chocaram na avenida Protásio Alves, no sentido bairro-centro. Outro acidente ocorreu por volta de 8h20min, também entre carro e moto, na avenida Castello Branco.

A EPTC também registrou ocorrências envolvendo semáforos. Ainda no início da manhã foram registradas sinaleiras fora de funcionamento nos seguintes pontos: presidente João Goulart, 151; Praia de Belas, 800; Osvaldo Aranha com Sarmento Leite; Loureiro da Silva com João Pessoa; Conceição com Voluntários; Dom Pedro II com Marquês do Pombal; Irmão José Otão com Garibaldi e Santo Antônio; Cairú com Benjamin Constant e Ceará; Farrapos com São Pedro e Guido Mondim; Manoel Elias com Irmã Teresilda Steffen; Baltazar Garcia com Ary Tarragô, Wenceslau Escobar com Diário de Notícias e Icaraí; Icaraí com Campos Velho, Chuí e Butui; Carlos Barbosa com Oswaldo Rolla; Azenha com Botafogo; Padre Cacique com Subestação da CEEE; Chuí com Ibicui e Pinheiro Borda com Capivari.

No decorrer da manhã, alguns dos pontos continuaram com semáforos fora de funcionamento em função da falta de energia elétrica, mas o número foi diminuindo. Outra ocorrência frequente foram pontos de acúmulo de água, gerando bloqueio parcial de ruas. Eles foram registrados na avenida Osvaldo Aranha com Luis Englert; Farrapos com Santo Antônio e Conceição; Conceição com Voluntários; Assis Brasil com Bernadino Silveira Amorim; Teresópolis com Costa Lima; Érico Veríssimo com General Caldwell; Otto Niemeyer com Cavalhada; Icaraí com Campos Velho; Wenceslau Escobar com Diário de Notícias; além de pontos da Nonoai, Carlos Barbosa e Romeu Samarani.

No final da manhã, o asfalto chegou a ceder em um ponto da avenida Padre Cacique, fazendo com que um carro caísse no buraco. Um Volkswagen Gol de cor branca de uma autoescola trafegava pelo meio da pista quando o asfalto cedeu. De acordo com o professor Josué de Mattos, que estava no veículo conduzido por uma aluna, os dois sentiram o automóvel dando uma guinada para a direita. A via, que tinha um acúmulo de água na lateral, acabou cedendo. O incidente ocorreu próximo à sede da Imperadores do Samba e ninguém ficou ferido. A EPTC isolou a avenida.

De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), a causa do grande volume de água era o rompimento de uma adutora. Apesar disso, naquele local passam diversas redes, tanto de água quanto de esgoto. No início da tarde de ontem, o Dmae sabia que se tratava de uma questão de canalização, mas ainda não havia conseguido averiguar a extensão do problema. Por isso, deveria abrir o espaço com retroescavadeiras.

Outra ocorrência que chamou a atenção durante a manhã foi com relação a queda de árvores. A EPTC precisou remover uma vegetação caída na avenida Teresópolis, na Estação Guia Lopes, sentido centro-bairro, que chegou a bloquear parte da via. Outras árvores caídas foram registradas na avenida Oscar Pereira, próximo à rua das Enfermeiras, e na rua Costa Gama, 760. As Equipes de Manejo Arbóreo (EMA), da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), atenderam pelo menos 15 casos envolvendo quedas de árvores ou galhos, atuando com 14 equipes e com prioridade para vias com bloqueio total ou parcial.

Alguns serviços chegaram a parar em função das chuvas. O Departamento de Identificação do IGP, na Azenha, por exemplo, suspendeu por tempo indeterminado a emissão e entrega de Carteiras de Identidade.

A Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), que, na noite de quinta-feira, teve diversas áreas atingidas pelo temporal precisou realocar pacientes para outros espaços. Apesar de ter interrompido o setor de tomografia – transferindo pacientes que necessitassem para o Hospital da Restinga e Extremo-Sul -, a instituição continuou com atendimento.

 

 


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