Ciclone que se aproxima do RS deverá ter rajadas de vento de 120 km/h

Ciclone que se aproxima do RS deverá ter rajadas de vento de 120 km/h

MetSul Meteorologia diz que cenário é de alerta máximo


Christian Bueller

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Casacos, cachecóis, toucas, mãos nos bolsos e cabelos esvoaçantes pela força do vento. O Centro de Porto Alegre, desde o início da manhã desta segunda, foi um exemplo de como as pessoas tentaram se proteger das rajadas que beiraram os 35 km/h em boa parte da Região Metropolitana. Segundo especialistas, são sinais que prenunciam o ciclone que atingirá Rio Grande do Sul e Santa Catarina entre terça e quarta. A MetSul Meteorologia alerta para um fenômeno climático que deverá ter a força de um furacão.

Rajadas de vento, consideradas extremamente fortes e mesmo destrutivas, poderão ter velocidade acima de 100 km/h em diversas localidades e superiores a 120 km/h em parte do Leste gaúcho. A região litorânea deverá ser a mais afetada, nos dois estados. Conforme a MetSul, o episódio que começa essa semana é potencialmente um dos mais graves da história recente do Estado.

“É uma situação atípica, anômala e bizarra, até para nós que trabalhamos há décadas com previsão do tempo”, pontuou a meteorologista Estael Sias. Segundo ela, trata-se de um ciclone que ocorre em um período de frio, mas com características tropicais em sua estrutura. “O ciclone virá com uma pressão atmosférica muito baixa. Há um consenso de que o fenômeno é híbrido, subtropical”, completou Estael.

Quase 50 municípios do Rio Grande do Sul estão na potencial rota do ciclone subtropical que atinge o território gaúcho a partir desta terça-feira, segundo boletim meteorológico da MetSul. Apesar de ainda possuir trajetória imprecisa, o que é comum em situações de fenômenos climatológicos extremos, o cenário já é de alerta máximo no Estado. 

Segundo projeções divulgadas pela MetSul, o ciclone deve ingressar pelo Sul gaúcho, intensificando a velocidade do vento ao longo da tarde e noite de terça, primeiramente pela região extremo Sul e depois para áreas mais ao Sul da Lagoa dos Patos.

Na sequência, durante a noite, o campo de vento extremamente forte vai se mover pela Lagoa dos Patos e pelo litoral até áreas mais ao Sul do Litoral Norte. Amanhã, o vento sopra forte na Serra e atinge com mais força áreas entre o Norte da Lagoa dos Patos e o Litoral Norte. Por isso, em Porto Alegre, o pior do vento deve ocorrer ainda no final de terça e na madrugada de quarta.

“Sem precedentes na história recente em meses de frio”, diz MetSul

Em Porto Alegre, a estimativa da MetSul é de rajadas, em média, de 80 km/h a 100 km/h, e índices superiores em pontos mais ao Sul da cidade e próximos da Lagoa dos Patos acima de 120 km/h. Cidades mais ao Sul da área metropolitana como Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão podem ser igualmente duramente castigadas. O Vale do Sinos, pelo seu relevo, costuma ter vento menos intenso em ciclones, mas pode registrar rajadas muito fortes. 

O Litoral Norte gaúcho deve sofrer com vento forte a intenso com rajadas perto ou acima de 100 km/h e potencialmente mais intensas em praias e municípios mais ao Sul da região como Palmares, Quintão, Balneário Pinhal, Tramandaí, Cidreira, Imbé, Xangri-lá e Capão da Canoa. Mais ao Norte, embora se preveja vento muito forte a intenso em alguns momentos, as rajadas seriam menos violentas que em praias mais ao Sul da região.

Em Santa Catarina, o vento pode ser muito forte também no Sul do Estado com as rajadas mais intensas ocorrendo no Litoral Sul, onde em alguns pontos devem ficar próximas ou acima de 100 km/h, como nas áreas de Passo de Torres, Balneário Rincão e Laguna. O vento nas montanhas do Planalto Sul Catarinense, como no Morro da Igreja, e em elevações na borda da Serra nos Aparados pode atingir velocidades altíssimas.

Segundo a MetSul, Desde o furacão Catarina, de março de 2004, não se observava os modelos indicarem pressão tão extraordinariamente baixa junto à costa do RS, “sem precedentes na história recente de um ciclone tão profundo em meses frios do ano” como este.


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