CNBB critica sanção de lei de atendimento às vítimas de violência sexual

CNBB critica sanção de lei de atendimento às vítimas de violência sexual

Conferência dos Bispos relata que texto abre brechas para estimular o aborto

Agência Brasil

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamentou “profundamente”, nesta sexta-feira, a total sanção da Lei 12.845, que obriga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) a prestar atendimento emergencial e multidisciplinar às vítimas de violência sexual, inclusive com administração da chamada pílula do dia seguinte. Em nota, a entidade reconhece a necessidade de garantir cuidados, mas critica trechos como o que prevê a “profilaxia da gravidez”, que é vista por organizações religiosas como uma brecha para estimular o aborto. Movimentos feministas argumentam que o aborto em caso de violência sexual já é autorizado por norma técnica e por um decreto presidencial.

A CNBB também lamenta a presença, na lei, do artigo em que define como violência sexual qualquer forma de atividade sexual não consentida. Para os bispos da Igreja Católica, a lei foi aprovada sem o devido debate parlamentar e público. “Dependendo do modo como [a lei] venha a ser interpretada, entre outras coisas, pode interferir no direito constitucional de objeção de consciência, inclusive no respeito incondicional à vida humana individual já existente e em desenvolvimento no útero materno, facilitando a prática do aborto”, avalia a CNBB.

A Lei 12.845, que prevê atendimento às vítimas de violência sexual, foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. Depois da presidente Dilma Rousseff sancionar o projeto sem vetos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a sanção transforma em lei práticas que já eram recomendadas pela pasta. “Ao ser sancionado, (o projeto) transforma em lei aquilo que já é uma política estabelecida em portaria, que garante o atendimento humanizado, respeitoso a qualquer vitima de estupro. Estou falando de crianças, adolescentes, pessoas com deficiência mental, homens e mulheres, qualquer cidadão brasileiro.”


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