Comércio e restaurantes ensaiam retomada tímida com flexibilizações na Covid-19

Comércio e restaurantes ensaiam retomada tímida com flexibilizações na Covid-19

Empresários ainda projetam melhora apenas com avanço da vacinação

Felipe Samuel

Movimento ainda não tem a melhora esperada, com receios do público

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Onze dias após o governo do Estado anunciar o fim do sistema de cogestão do Distanciamento Controlado e colocar todas as regiões do Rio Grande do Sul em bandeira vermelha, entidades que representam comércio e restaurantes consideram precoce qualquer avaliação nesse momento. Mesmo com a retomada dos negócios e o funcionamento em horário estendido, empresários acreditam que apenas a vacinação contra o novo coronavírus aliada ao cumprimento de protocolos sanitários podem garantir a recuperação de vários setores da economia.

Na avaliação da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel RS), os primeiros dias da retomada dos serviços com dias e horários de funcionamento ampliados ainda não refletem em aumento do faturamento. De acordo com o conselheiro Fiscal da Abrasel/RS, João Melo, a população está voltando a ter confiança para andar nas ruas à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança na Capital. Proprietário do Gambrinus, no Mercado Público, Melo garante que os restaurantes adotam protocolos rígidos e são lugares seguros.

Com a pandemia, ele afirma que o setor da gastronomia acabou sofrendo com a redução de turistas em Porto Alegre. "Vai demorar um pouco a retomada, que ainda é tímida", destaca. Ao garantir que o setor é bem estruturado e respeita as normas sanitárias, Melo cobra outras medidas. "É fácil implementar muitos protocolos, mas esperamos mais flexibilizações para o setor de buffet. Mas do jeito que está, conseguimos respirar", observa. Apesar das dificuldades, nenhum funcionário foi demitido. "Conseguimos manter a equipe em atividade com tele-entregas", observa.

Com o abrandamento das restrições, a ideia é abrir também aos domingos. O esforço é para recuperar o fôlego perdido durante a pandemia. "São quatro dias a mais para trabalhar. Há mais de 15 anos estamos sem abrir aos domingos", revela, acrescentando que a pandemia obrigou o restaurante a se reinventar e oferecer serviço de entrega. "A tele-entrega não sustenta um negócio como o restaurante com casa, mas deu pra ajudar um pouco e manter vivo no cliente a nossa ideia", afirma.

O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) destaca que ainda é cedo para avaliar os efeitos das flexibilizações no setor, mas ressalta que a população precisa fazer sua parte, evitando aglomerações e acatando as orientações das autoridades de saúde. O presidente da entidade, Henry Chmelnitsky reforça que a partir disso a confiança das pessoas deve voltar naturalmente.

"Nesse primeiro momento temos que ter paciência e ter presente de que os protocolos precisam ser mantidos 110%", alerta. Conforme Chmelnitsky, os primeiros dez dias de flexibilização não permitem verificar indicativo 'correto ou de que as coisas vão se estabilizar'. "Temos que ser responsáveis por essa flexibilização, mas é cedo ainda para identificar se há um crescimento importante", observa.


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