Com 45 animais de estimação, cuidadora pede doações em Porto Alegre

Com 45 animais de estimação, cuidadora pede doações em Porto Alegre

Mulher, com ajuda da filha, aceita qualquer tipo de ajuda alimentação e limpeza do local onde mora com os bichos

Felipe Samuel

Mãe e Filha tomam conta de 45 animais em casa

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Uma casa localizada na Zona Norte de Porto Alegre chama atenção de quem passa pela na rua Ricalde Marques, no bairro Jardim São Pedro, na Capital. O pátio do terreno, que tem 10m x 30m, é a moradia de 33 cachorros e 12 gatos. Apaixonada por animais, Luciana dos Santos Husemann, 50, toma conta da bicharada com ajuda da filha Francielli, 18. Com a pandemia do novo coronavírus e a crise econômica, aumentaram as dificuldades para manter a alimentação e os cuidados dos animais.

Como os custos são elevados para garantir a comida dos animais e a manutenção do pátio, Luciana aceita qualquer tipo de ajuda, como ração, detergente e água sanitária. Ela explica que em média são necessários 10 quilos de ração por dia. "Precisamos muito de ração em primeiro lugar. Pode ser até alguma ajuda financeira, ou que ajudasse a pagar uma água ou uma luz, porque é tudo para manter os cães", afirma. Luciana, que trabalha como cuidadora de idosos, herdou a paixão por animais de estimação da mãe, Josefina, que faleceu em 2016, e tomava conta de boa parte dos bichos que ainda moram na casa.

Mesmo com orçamento apertado, ela garante que não quer doar nenhum dos animais. E justifica que a maioria tem idade avançada. Um dos cães preferidos de Luciana é o pequeno Zé, um vira-latas que tem 20 anos e está cego. "Depois que completam 10 anos não tem como doar. Fazem parte da nossa família", observa. Mesmo assim, reconhece as dificuldades para manter a estrutura. "Tá bem difícil de manter o orçamento, ainda mais com a pandemia. A gente tinha três doadores todos os meses, agora temos dois que continuam doando ração, jornal e material de limpeza", frisa.

Com ajuda da filha, Luciana consegue manter a rotina de cuidados dos bichos. "Saio às 7h20 de casa. Acordo às 6h, recolho as fezes no pátio, vou botando água e lavando o pátio quando tem xixi ou cocô. Levo uma hora e pouco para limpar tudo", afirma. À tarde, o processo se repete. "A Francielli me ajuda bastante, não fosse ela, não sei o que seria de mim", elogia. Apesar de ter adotado dezenas de animais, ela explica que não tem mais condições de abrigar novos moradores. "Não tem mais lugar e não tenho mais recursos para sustentar tantos bichos", reforça. "É uma entrega de vida. E eu não me arrependo", conclui.

Quem puder ajudar com doação de ração, medicamento, consulta em veterinários ou qualquer quantia, pode entrar em contato pelos telefones (51) 99378-4619 ou (51) 3361-3624.

 


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