Com comércio aberto, Centro registra aumento de circulação de pessoas em Porto Alegre

Com comércio aberto, Centro registra aumento de circulação de pessoas em Porto Alegre

Lotéricas e agências bancárias tiveram filas nesta sexta-feira

Claudio Isaías

Com a abertura do comércio por três dias, aumentou a circulação de pessoas no Centro

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Com a abertura do comércio por três dias, aumentou a circulação de pessoas no Centro Histórico de Porto Alegre. As ruas dos Andradas e Doutor Flores e a avenida Borges de Medeiros registraram uma expressiva movimentação de clientes e filas nos estabelecimentos comerciais que reabriram as portas após um longo fechamento iniciado em 24 de junho. Outro fato que chamou a atenção de quem circulou pela área central no período da manhã foram as filas nas lotéricas e nas agências bancárias, principalmente nas ruas dos Andradas e Sete de Setembro.

Para a surpresa de muitos clientes, as grande lojas começaram a atender a partir das 8h nesta sexta-feira. Redes como Renner, Gaston, Paquetá, C&A, Casas Maria, Marisa, Riachuelo, Pernambucanas, Magazine Luiza e Colombo decoraram os estabelecimentos com cartazes e balões, antecipando a homenagem ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo.

Compras

Um dos locais mais procurados pelos consumidores foi as Lojas Americanas, na rua dos Andradas, que em alguns momentos ficou lotada. A dona de casa Isabel Medeiros, moradora do bairro Cristal, acompanhada da filha Marcela, chegou cedo ao Centro para comprar os presentes do Dia dos Pais. Ela disse que pretendia gastar cerca de R$ 200 em presentes para o marido. "Estava esperando ansiosamente pela reabertura do comércio", confidenciou. 

Já a dona de casa Adriana Rodrigues, residente no bairro Teresópolis, aproveitou a abertura das Casas Maria, tradicional loja de utensílios, para adquirir talheres, pratos, copos, toalhas de banho e de rosto e travesseiros. Ela afirmou que gastaria o valor de R$ 300 em produtos. "Fiquei feliz pela retomada das atividades nas grandes lojas", ressaltou.

Foto: Guilherme Almeida

Incertezas 

O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, afirmou que a abertura do comércio na véspera do Dia dos Pais, embora demorada e tardia, fará com que os lojistas que consigam adquirir um fôlego para suportar as próximas semanas, que ainda serão de muitas incertezas. "O período, mesmo com a retomada das atividades, segue sendo extremamente desafiador, pois além da queda no consumo causada por um cenário de crise, o apoio da população será crucial", ressaltou.

O Sindilojas Porto Alegre fez um apelo para que as pessoas respeitem as regras sanitárias e de distanciamento social, medidas fundamentais para que o comércio não volte a ser “sacrificado”. Ele afirmou que 2020 é um ano que o comércio deve esquecer para sempre. 

Já o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS), Vitor Augusto Koch, disse que a reabertura do comércio em apenas três dias demonstra que os dois governantes, tanto o prefeito Nelson Marchezan Júnior, quanto o governador Eduardo Leite não sabem o que estão fazendo. "Está ocorrendo um cerceamento da liberdade de ir e vir de um setor que é muito importante para a economia gaúcha", destacou. 

Para Koch, os três dias de comércio aberto é um pequeno oxigênio para os lojistas. Além disso, destaca o crescimento do desemprego e que a falta de faturamento por conta da impossibilidade de trabalhar e empreender, faz com que as pessoas assumam posições de consumo mais conservadoras, reduzindo ao mínimo, ou até cancelando suas decisões de presentear os pais. 

"Neste contexto, sem precedentes históricos, avaliamos que as vendas do varejo ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, sejam pelo menos 18% inferiores aos volumes registrados no mesmo período do ano passado. Este percentual segue a lógica do contexto predominante em maio, quando a performance varejista do Rio Grande do Sul registrou queda de 24,2% diante de igual mês de 2019", acrescentou.


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