Com maioria das placas depredada, morador cria sinalização para rua de Porto Alegre

Com maioria das placas depredada, morador cria sinalização para rua de Porto Alegre

Comissão discute déficit de 40 mil placas na Capital e cogita parceria público-privada

Cláudio Isaías

Zelador Valmir Alegrete colocou uma placa de madeira para sinalizar avenida Alegrete, no bairro Petrópolis

publicidade

A maioria das placas de rua e de avenidas de Porto Alegre está quebrada, depredada ou com as pinturas apagadas. Quem não conhece bem a cidade tem dificuldades de se localizar. Na rua Bento Martins com a rua Sete de Setembro, próximo do Museu Militar do Comando Militar do Sul (CMS), a placa com o nome Sete de Setembro foi arrancada. Mesma situação ocorre no cruzamento das ruas Miguel Tostes e Mostardeiro e na Santo Antônio com a avenida Independência. As placas com Miguel Tostes e Santo Antônio foram retirados por vândalos.  Na rua dos Andradas com a rua Caldas Júnior, no Centro, a placa indicativa das duas vias está ilegível.

Em alguns casos, os moradores cansados de esperar pelo poder público municipal decidem improvisar. Como foi o caso do zelador Valmir Alegrete, que trabalha no condomínio Toulon na avenida Alegrete, no bairro Petrópolis, que colocou uma "placa de madeira" com o nome da via. "Decidi colocar a placa porque inúmeras pessoas pediam informações no prédio sobre o nome da avenida", destacou. O aposentado Antônio de Menezes, residente na rua Ijuí, disse que uma das dificuldades de quem se desloca pela cidade é conseguir identificar o nome das ruas ou avenidas. "Tem locais em Porto Alegre que simplesmente não tem a identificação do logradouro", ressaltou.

• Placas de rua em Porto Alegre estão sem manutenção há cinco anos




Um levantamento da Associação Gaúcha das Empresas de Publicidade ao Ar livre (Agepal) aponta a existência de cinco mil placas de ruas em Porto Alegre. Deste total, a cada mês, cerca de 50 necessitam de reparos decorrentes de depredações ou acidentes. O vereador André Carús afirmou que o setor privado tem interesse em explorar o serviço de placas de rua e relógios. “A ausência do nome nas vias prejudica os turistas que visitam a cidade e os porto-alegrenses que precisam se deslocar para outros bairros ou trabalhar na Capital”, acrescentou o parlamentar que presidiu a Comissão Especial para Tratar do Mobiliário Urbano da Câmara de Vereadores.

Além disso, segundo Carús, os serviços de transporte por aplicativo e os táxis que atuam na Capital também são prejudicados. Carús disse que durante os 90 dias de trabalho da comissão, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou a existência de um déficit de 40 mil placas de ruas na cidade. "Uma cidade bem sinalizada é uma cidade moderna que se importa com os seus moradores e visitantes", destacou.

No entanto, o vereador reconhece que a prefeitura não possui recursos para a colocação das placas de rua necessárias para Porto Alegre. Ele defendeu a realização de parcerias público-privadas (PPPs) para a colocação de novas placas na cidade. "O apoio do setor privado poderia ser através da exploração de publicidade nas placas e os recursos poderiam reverter para a manutenção do bairro ou rua onde o equipamento foi colocado" sugeriu.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895