Com mudanças, Cavalgada do Mar chega ao fim amanhã

A morte de dois cavalos em 2010 levou a organização da Cavalgada do Mar a promover mudanças para a 27ª edição, que termina amanhã em Palmares do Sul. Uma equipe de médicos veterinários faz o acompanhamento dos animais desde a largada em Torres, no último sábado. Além disso, a cada duas horas os cavalarianos fazem uma parada para que os cavalos possam beber água, fornecida pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Segundo o médico veterinário Alexandre Carvalho Monteverde, que comanda uma equipe com três profissionais e um grupo de estagiários, a redução da desidratação evitou problemas de saúde com os animais. O fornecimento de água - tanto para os animais quanto para os cavalarianos - foi uma das principais mudanças.

"Antes, tínhamos de ir em córregos e arroios", recordou. Até esta sexta-feira, nenhum transtorno havia sido registrado. Já o trabalho dos veterinários visa a prevenção e dispõe também de soroterapia.

Monteverde ressalta que a discussão sobre melhorias começou ainda em março de 2010, logo após a última edição da cavalgada. Na ocasião, grupos de defesa dos animais chegaram a pedir o fim do evento, devido à morte dos cavalos. "A nossa maior preocupação foi com o bem-estar animal. Diante disso, estabelecemos normas e objetivos", explicou.

Outra novidade foi a distribuição de uma cartilha com instruções voltadas aos cavalarianos. Estão presentes no texto orientações de alimentação e treinamento dos equinos, de modo a diminuir o desgaste físico. "O principal é o manejo com as encilhas e a preparação física que antecede a cavalgada", detalhou Monteverde.

Os cerca de 2,6 mil cavalarianos que participam do evento devem sair amanhã, às 8h, de Balneário Pinhal, onde passaram a última noite. Restam 18 km para completar o percurso. A chegada ao Balneário Dunas Altas, em Palmares do Sul, está prevista para as 11h.

Segundo o presidente da Fundação Cultural Cavalgada do Mar, Vilmar Romera, a chuva da última semana pegou de surpresa os cavalarianos, acostumados com o sol forte do litoral gaúcho. "Incomoda um pouco, mas não prejudica a cavalgada", afirmou. De acordo com ele, o número de pessoas que participaram desta edição pode superar 3,5 mil, já que muitos integraram-se ao grupo ao longo do percurso.