Com novo protesto de rodoviários, usuários relatam atrasos de ônibus da Carris em Porto Alegre

Com novo protesto de rodoviários, usuários relatam atrasos de ônibus da Carris em Porto Alegre

Nesta segunda-feira, 35% das linhas de responsabilidade da Carris foram atendidas por empresas privadas

Cláudio Isaías

Nesta segunda-feira, 35% das linhas de responsabilidade da Carris foram atendidas por empresas privadas

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Os funcionários da Carris realizaram nesta segunda-feira um novo protesto na frente da sede da empresa, na rua Albion, no bairro Partenon, na zona Leste de Porto Alegre. Desta vez, os funcionários contaram o com o apoio de estudantes, metalúrgicos e de integrantes do Cpers/Sindicato e da Associação dos Servidores da Ufrgs (Assufrgs). Na frente da empresa, os trabalhadores voltaram a defender uma Carris 100% pública. A Brigada Militar acompanhou a saída dos ônibus pela rua Ceres.

No final da manhã, os trabalhadores da Carris foram em dois ônibus até o Terminal da Princesa Isabel. O grupo partiu em caminhada até a prefeitura de Porto Alegre. Marcelo Weber, da Comissão de Funcionários da Carris, disse que os rodoviários são contrários ao projeto da prefeitura de desestatização da empresa, contra a demissão de trabalhadores e contra a extinção do cargo de cobrador.

A manhã de hoje foi de transtornos aos passageiros em razão da paralisação dos trabalhadores da companhia. As paradas estavam lotadas e os passageiros relataram atrasos devido ao número reduzido de ônibus em circulação. No terminal da PUCRS, na avenida Ipiranga, as funcionárias Sandra Santos e Sônia Lemos, que trabalham em uma empresa de viagens, disseram que chegariam atrasadas ao trabalho. Um ônibus do Consórcio MOB transportou os passageiros da linha T1. "Não vou entrar de jeito nenhum nesse ônibus que está completamente lotado", ressaltou Sandra Santos. 

Já Sônia Lemos afirmou que a prefeitura deveria colocar mais ônibus à disposição da população nos horários de pico. "A linha T1 é uma das mais utilizadas. Não é justo ficar mais de 40 minutos esperando por um ônibus. Estamos correndo risco com esse veículo superlotado", acrescentou.

A auxiliar administrativa Eunice Martins, que trabalha próximo ao shopping Iguatemi, afirmou que estava atrasada há mais de 40 minutos. "O T1 da Carris passava bem mais rápido. Esse do consórcio MOB está um verdadeiro caos", ressaltou. 

Somente 65% dos coletivos da empresa previstos para o horário saíram da garagem nesta segunda-feira. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que veículos de consórcios privados foram utilizados para suprir a demanda de coletivos. Para atender os usuários das linhas de ônibus da Capital em razão de manifestação de rodoviários da Carris, a EPTC manteve o esquema especial para o transporte coletivo. A operação, que já garantiu 100% de atendimento das linhas da Carris na sexta-feira passada ocorreu na manhã desta segunda-feira e ocorrerá à noite, com parte das linhas de ônibus operadas pelos consórcios privados.

A Carris vai atender a T3, T9, T13, 353, T2, T5, T7, T8, 375, T2A, T11A e T12A, D43, C1, C2, C3 e T10. As outras linhas da companhia serão atendidas pelos consórcios Viva Sul, Leste e MOB. As linhas de lotação estão liberadas para circular com passageiros em pé no interior dos veículos. 

Os rodoviários da Carris estão insatisfeitos com a proposta de desestatização da empresa, sugerida pela prefeitura como parte da reestruturação do transporte público da cidade. Já o prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou que a desestatização da Carris irá proporcionar uma passagem mais barata. A empresa pública, segundo o Executivo municipal, gasta 21% a mais por quilômetro rodado do que qualquer consórcio privado. A cada mês, conforme a prefeitura, são liberados R$ 6 milhões para pagar salários e despesas. A Carris transporta hoje cerca de 107 mil clientes diariamente nas linhas atendidas pela empresa.

 


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