Com o agravamento da pandemia, enterros aumentaram 20% em Porto Alegre

Com o agravamento da pandemia, enterros aumentaram 20% em Porto Alegre

Segundo a Asbrace, ocorrem cerca de mil enterros mensais entre sepultamentos e cremações na Capital 

Sidney de Jesus

Rotina dos cemitérios de Porto Alegre mudou desde o início da pandemia do coronavírus

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A rotina dos cemitérios de Porto Alegre mudou desde o início da pandemia do coronavírus, em março do ano passado.  Devido ao avanço da doença, houve um grande crescimento no total de mortes e aumentaram os procedimentos de enterros e cremações. De acordo com o presidente da Associação Sul-brasileira de Cemitérios e Crematórios (Asbrace), Gerci Perrone Fernandes, que também é diretor do Cemitério Parque Jardim da Paz, em Porto Alegre,  houve um incremento de 20% no total de sepultamentos nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

"Hoje, com o agravamento da pandemia da Covid-19, ocorrem cerca de mil enterros mensais entre sepultamentos e cremações, nos 19 cemitérios e dois crematórios da cidade, mesmo com óbitos ainda não confirmados como Covid-19", afirmou Perrone, lembrando que  o sistema funerário tem capacidade para 1,2 mil enterros por mês e cinco mil jazigos. 

Gerci Perrone destacou, no entanto, que o número de sepultamentos se distingue da quantidade de óbitos ocorridos no município. “Há estimativa de que 40% das pessoas que morrem em Porto Alegre são enterradas ou cremadas em outros locais”, afirmou. 

Foto: Alina Souza

Capelas liberadas

Gerci destacou, ainda, que as capelas estão liberadas 24 horas para o velório de pessoas mortas pela Covid-19. "Desde agosto do ano passado os familiares enlutados podem acompanhar o velório, desde que respeitadas às normas para não ocorrer aglomeração, ou seja, acesso de apenas 30% da capacidade do local, além da condição de manter o distanciamento e usar máscaras", afirmou o presidente da Asbrace. 

Ele lembrou também que na cerimônia fica permitida a urna aberta, desde que, na data do óbito já tenha transcorrido o período de transmissão da doença e haja uma declaração de um médico do hospital em que ocorreu o falecimento. "Já para as vítimas que morreram com suspeita de Covid-19 ou dentro do prazo em que ainda são consideradas transmissoras, vale a determinação de uso de urna lacrada”, enfatizou. 

Vacinação 

O presidente Asbrace destacou a importância da vacinação dos profissionais que trabalham em cemitérios e crematórios. “Nosso segmento está  na linha de frente e exposto a doença. É importante que todos sejam imunizados. Tivemos uma  reunião com o prefeito onde solicitamos a vacinação”, revelou Perrone, lembrando que nos municípios de Alvorada e Viamão os profissionais que trabalham no setor já receberam a vacina contra à Covid-19. 

De acordo com o presidente da Associação das Empresas Funerárias de Porto Alegre (Aefpoa), Ary Bortolotto, as funerárias da Capital estão com a estrutura de atendimento preparada para atender a demanda. “As empresas vêm cumprindo seu papel no acolhimento às famílias enlutadas, seguindo à risca os protocolos sanitários e a legislação municipal”, garantiu. Segundo Bortolotto, as funerárias contam com instalações adequadas e profissionais capacitados e comprometidos. “Isso dá tranquilidade e segurança aos usuários do Sistema Funerário Municipal”, complementou. 


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