Com quase 1 mil casos de dengue, Porto Alegre reforça ações de combate ao Aedes Aegypti

Com quase 1 mil casos de dengue, Porto Alegre reforça ações de combate ao Aedes Aegypti

Vigilância em Saúde ressalta que participação da população é essencial para diminuir focos do mosquito

Felipe Nabinger

publicidade

O número de casos de dengue se aproxima de 1 mil em Porto Alegre, exigindo atenção em ações do poder público e conscientização da população no combate a focos e possíveis criadouros do Aedes Aegypti. Já são 987 os casos confirmados, sendo 964 autóctones – contraídos dentro da cidade -, conforme a prefeitura. Devido ao alto número de casos, associado à infestação do mosquito vetor da doença na cidade, a diretora da Diretoria de Vigilância em Saúde, Fernanda Fernandes, alerta para a importância da comunidade se engajar nas ações, seja nos pátios, seja ns residências, evitando manter objetos que possam acumular água.

Também há reforço na necessidade de atender aos agentes de combate a endemias (ACE) que estão em atuação na cidade, especialmente nas áreas de confirmação de casos. “São 69 agentes, que atuam em duplas ou maior número. Todos estão identificados”, enfatiza a diretora. 

Nesta semana, são 14 os bairros visitados, em regiões da cidade com casos confirmados. As ações intersetoriais são coordenadas pela Unidade de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com orientação e eliminação de criadouros pelos ACE, com o suporte do Departamento Municipal de Limpeza Urbana no auxílio ao recolhimento de lixo e entulhos em terrenos baldios, além de busca ativa de casos suspeitos da doença. “Fazemos a busca ativa no imóvel da pessoa que contraiu a doença, notificando em caso de outras pessoas sintomáticas. Essa pessoa é encaminhada a uma unidade de saúde, onde realiza o exame”, explica o agente Armelindo Lopes.

Foi o caso da residência da dona de casa Iara Soares da Rosa, 64, na Lomba do Pinheiro. A filha dela contraiu a doença no mês passado. “A febre foi muito alta. Eu achei que ela não iria aguentar. Inchou o rosto, ela teve dores no corpo e não conseguia caminhar”, conta. Ela garante que só molha as plantas em dias quentes, próximo a raiz, redobrando a atenção, e que a parente contraiu a doença no local de trabalho. “Crio duas crianças. Se não cuidar de mim, quem vai cuidar deles?”, questiona.

Cuidado com piscinas plásticas 

Em residências próximas, um dos grandes vilões foi a piscina plástica. Em pelo menos dois locais os agentes orientaram moradores a esvaziarem as piscinas cheias de larvas do mosquito. “No verão, muita gente usa piscina plástica sem tratar a água com cloro ou cobrir a piscina. Essa água fica parada e terá muitas larvas, aumentando o número de mosquitos na região”, explica Lopes. A recomendação é tirar a água e escovar a piscina com sabão antes de guardá-la, conforme o agente.

De acordo com os dados do monitoramento do Aedes feito pela prefeitura e divulgada no último boletim epidemiológico semanal, apenas dois bairros da cidade, monitorados por armadilhas, apresentam infestação baixa. Três apresentaram infestação moderada; 11 o status de alerta e 29 estiveram com infestação alta na semana do monitoramento. O número de bairros com infestação alta apresentou ligeira queda. Na semana anterior, o número era de 34. “Sem ajuda da população, dificilmente conseguiremos o controle total”, frisa Lopes.

Além da dengue, o Aedes ainda é vetor de chikungunya e zika. Em relação à chikungunya, foram notificados quatro casos suspeitos entre moradores de Porto Alegre, sendo um confirmado, um descartado e um ainda aguardando resultado de exame laboratorial. Foram realizadas duas notificações de suspeita de zika, das quais uma foi descartada e a outra está sob investigação. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895