Combinação Coronavac e Pfizer eleva a 92,7% taxa de eficácia contra Covid sintomática

Combinação Coronavac e Pfizer eleva a 92,7% taxa de eficácia contra Covid sintomática

Resultados são de estudo conduzido por pesquisadores do Brasil e do Reino Unido

R7

Foi reduzido o intervalo da 2ª dose da Pfizer para oito semanas em Porto Alegre

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Um esquema vacinal de duas doses da Coronavac seguido por um reforço da Pfizer garantiu uma proteção de 92,7% contra casos sintomáticos de Covid-19. Foi o que concluiu um estudo conduzido por pesquisadores do Brasil e do Reino Unido publicado na revista científica Nature nesta quarta-feira (9).

O grupo analisou dados do Ministério da Saúde de cerca de 14 milhões de brasileiros vacinados, desde casos confirmados com sintomas até desfechos graves (hospitalização ou morte). A dose de reforço da Pfizer começou a ser aplicada no Brasil em setembro. A campanha teve início com idosos, cuja maioria (70%) havia recebido Coronavac anteriormente. 

Hoje, indivíduos com mais de 18 anos que tenham recebido a segunda dose há mais de quatro meses são elegíveis para receber o reforço. 

Os pesquisadores confirmaram uma informação já conhecida: a eficácia da Coronavac para quem tomou duas doses é de 55% na prevenção de casos sintomáticos, após a segunda injeção, na comparação com indivíduos não vacinados.

A vacina produzida pelo Instituto Butantan, todavia, protegeu contra internação e morte em 82,1% dos casos.

Quando analisados os pacientes após seis meses, verificou-se que a eficácia contra a infecção havia caído para 34,7%, portanto abaixo do limite mínimo estabelecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 50%. Mas ainda manteve uma proteção de 72,5% contra internação e morte.

O grupo, então, estudou dados de indivíduos vacinados com Coronavac e que tomaram um reforço com a vacina da Pfizer seis meses após a segunda dose.

Foi então que verificaram a proteção de 92,7% contra a infecção e de 97,3% contra hospitalização e morte. Os autores ressaltam a importância do reforço especialmente em idosos acima de 80 anos.

"Em comparação com grupos etários mais jovens, indivíduos com 80 anos ou mais apresentaram proteção menor após a segunda dose, mas proteção semelhante após o reforço. Nossos achados apoiam uma dose de reforço da vacina BNT162b2 [Pfizer] após duas doses de Coronavac, particularmente para idosos."

O estudo é assinado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Bahia, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), da UnB (Universidade de Brasília), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da Universidade de Glasgow, Universidade de Strathclyde e da Universidade de Edimburgo.

O trabalho faz parte do projeto Fiocruz VigiVac, que avalia de maneira contínua e digital a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.


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