Comissão de deputados visita unidade mineradora em Butiá

Comissão de deputados visita unidade mineradora em Butiá

Intenção foi mostrar as tecnologias, o controle ambiental e os cuidados com trabalhadores e populações vizinhas

Henrique Massaro

Local tem monitoramento na emissão de gases poluentes

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Deputados da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizaram, nessa quarta-feira, uma visita técnica em unidades da mineradora Copelmi Mineração, responsável pelo projeto da Mina Guaíba, que será implementada entre Eldorado do Sul e Charqueadas. O empreendimento, que vem levantando discussões ambientais nos últimos meses, é uma necessidade para o projeto do Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul, com previsão de atrair 4 bilhões de dólares em investimentos.

A visita técnica, que contou com a participação da imprensa, passou por uma unidade mineradora em Butiá. Na cava aberta dentro de uma propriedade rural, os responsáveis pela empresa comentaram que é necessário um período de preparação de cerca de um ano e, em seguida, aproximadamente quatro meses somente para abrir o espaço, de profundidade considerável. No local, a intenção foi de mostrar o uso de tecnologia e as medidas de controle ambiental, os cuidados com trabalhadores e populações vizinhas.

Foi possível observar, por exemplo, a ausência de odores, o que, de acordo com o gerente de sustentabilidade da Copelmi, Cristiano Weber, mostra que há controle na emissão de gases poluentes. Outro ponto foi com relação à poeira, controlada através de caminhões-pipa que aplicam água no solo. Já ruídos e trepidações são minimizados pela plantação de cortinas vegetais. “Monitoramos a fauna, a flora, todos os compartimentos ambientais que poderiam estar sendo impactados pela mineração”, afirmou.

Em seguida, a empresa mostrou aos parlamentares uma fazenda próxima onde foi realizada mineração entre 1987 e 2009. Os espaços onde haviam sido abertas cavas para minerar carvão agora estão reconstruídos. Segundo Weber, trata-se de uma recuperação ambiental que, garantiu, é 100% sustentável. Através dela, os materiais que estavam sobre o mineral e foram retirados são repostos na mesma ordem em que estavam naturalmente. O processo é feito com medidas de controle para não contaminar o solo, o que não ocorria décadas atrás. Ainda conforme o gerente de sustentabilidade, a propriedade rural volta a ter a capacidade produtiva após a reposição.

A visita técnica também passou pelo aterro sanitário de Minas do Leão, instalado em uma antiga cava de mineração de carvão. Administrado pela Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), o espaço recebe cerca de 3,6 mil toneladas de materiais por dia – 50% vindas de Porto Alegre – e realiza a captura e queima de biogás gerado para produzir energia. De acordo com Weber, a solução foi utilizada em uma época que o método de mineração era diferente, impossibilitando a recuperação ambiental, e serviu no processo de eliminação dos lixões da Região Metropolitana. 

Um dos principais focos da visita foi mostrar que os cuidados e a tecnologia atualmente empregados na mineração fazem com que a atividade não ofereça riscos ao meio ambiente. Weber disse que o empreendimento não terá barragem como a de Brumadinho (MG) para separação dos rejeitos finos da água, e utilizará um filtro prensa.


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