Comissão quer saber os planos da prefeitura de Porto Alegre para o restaurante da Barros Cassal

Comissão quer saber os planos da prefeitura de Porto Alegre para o restaurante da Barros Cassal

Local foi fechado e, segundo a deputada Sofia Cavedon, um "paliativo" foi instalado, mas não atende a população de rua da Capital

Cláudio Isaías

Segundo a deputada Sofia Cavedon, a atual estrutura da Capital não atende a toda a população de rua

publicidade

A situação dos restaurantes populares em Porto Alegre foi discutida nesta quarta-feira em uma audiência pública na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Presidida pela deputada Sofia Cavedon (PT), a reunião foi realizada no Espaço da Convergência deputado Adão Pretto. Segundo a parlamentar, a comissão pretende saber da prefeitura de Porto Alegre o que será colocado no lugar do restaurante que funcionava na rua Barros Cassal, no bairro Floresta, onde eram servidas mais de 600 refeições por dia.

"Temos hoje um paliativo que serve 150 pratos diariamente em parceria com a Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) no ginásio Tesourinha. Essas refeições são insuficientes para a população de rua e pobre", destacou.

A deputada afirmou que o estabelecimento localizado no bairro Floresta atendia às pessoas que não tinham renda fixa ou que vendiam produtos na rua e que ficaram completamente desguarnecidos com o fechamento da unidade na Barros Cassal", lamentou. A parlamentar revelou ainda que existe uma proposta da Executivo municipal de regionalizar o atendimento aos moradores de rua, mas ele ainda não saiu do papel. "A maioria da população de rua está no Centro Histórico e uma das grandes dificuldades da população em situação de rua ir até o ginásio Tesourinha é o deslocamento", ressaltou.

• Prefeitura de Porto Alegre oferece alternativa ao Restaurante Popular no Ginásio Tesourinha
• Cinco empresas manifestam interesse em fornecer refeições populares
• Ginásio Tesourinha recebe carreta que servirá refeições populares em Porto Alegre

Sofia Cavedon disse que essas pessoas não têm como pagar uma passagem de ônibus e de caminhar longas distâncias como é o caso de ir até o ginásio localizado na avenida Erico Verissimo. "O fechamento do restaurante na Barros Cassal só degradou a situação de quem vive em tamanha vulnerabilidade social em Porto Alegre", ressaltou.

A audiência contou com as presenças dos deputados Sérgio Peres (PRB), presidente da Comissão que abriu os trabalhos e passou a presidência para Sofia Cavedon, Luciana Genro (PSOL), Jeferson Fernandes (PT), Issur Koch (PP) e Gaúcho da Geral (PSD).

Em junho deste ano, a prefeitura de Porto Alegre apresentou o novo formato para fornecimento de refeições sociais para a população em situação de rua, vulnerabilidade social e pobreza extrema. A ideia é que os seis restaurantes serão descentralizados em cinco regiões da cidade e oferecerão, além de refeições sem custo algum, um centro de atendimento social mais completo, com serviços em saúde, educação e cultura.

Também serão oferecidas oficinas de capacitação para o mercado de trabalho. Serão distribuídos cerca de 800 pratos diários de forma gratuita para pessoas cadastradas no sistema. Batizada de “Prato Alegre, mais do que comida”, a iniciativa está baseada em quatro pilares: comida de qualidade, para quem mais precisa, perto de quem necessita e sem custo.

A proposta prevê que as refeições serão servidas de segunda a sexta-feira e nos locais serão colocados cartazes com vagas de empregos e cursos de capacitação disponíveis para que os usuários do serviço possam se qualificar e ingressar no mercado de trabalho.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895