Comitê dos Estados Unidos examinará a aprovação de vacina da Moderna

Comitê dos Estados Unidos examinará a aprovação de vacina da Moderna

Objetivo do governo americano é imunizar 20 milhões de pessoas em dezembro

AFP

Governo dos Estados Unidos trabalha para aprovar vacina da Moderna

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Um comitê de especialistas dos Estados Unidos examinará nesta quinta-feira a aprovação da vacina contra a Covid-19 do laboratório Moderna, um sinal de esperança diante de uma pandemia que continua provocando estragos no mundo, enquanto a União Europeia (UE) pretende começar a imunização antes do fim do ano.

O aumento dos contágios provocou restrições mais duras em vários países europeus, enquanto Estados Unidos, a nação mais afetada pela pandemia, registrou na quarta-feira novos recordes diários de casos (250.000) e mortes (más de 3.700). A maior potência do planeta espera que os especialistas validem a vacina da Moderna nesta quinta-feira e que a Administração de Alimentos y Medicamentos (FDA) aprove o uso pouco depois da reunião, provavelmente na sexta-feira.

Se tudo acontecer como o previsto, Estados Unidos será o primeiro país a autorizar o tratamento da Moderna. Desta maneira terá duas vacinas a partir da próxima semana e vai acelerar a campanha de imunização iniciada na segunda-feira com a vacina da aliança Pfizer/BioNTech. O objetivo do governo é vacinar 20 milhões de pessoas em dezembro. Os profissionais da saúde e os moradores de casas de repouso serão os primeiros imunizados contra a Covid-19 e as autoridades tentam convencer a população de que as vacinas são seguras.

A Casa Branca anunciou que o vice-presidente Mike Pence e sua esposa receberão a vacina na sexta-feira e que o presidente Donald Trump está "totalmente aberto" a fazer o mesmo, apesar de já ter contraído o coronavírus. "As notícias recentes sobre as vacinas são muito positivas", afirmou na quarta-feira o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell. "Mas ainda restam desafios significativos e dúvidas sobre a coordenação, a produção e a distribuição das vacinas, assim como sobre sua eficácia em diferentes grupos", completou.

Vacinação na Europa

A UE iniciará a vacinação nos dias 27, 28 e 29 de dezembro, anunciou nesta quinta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma mensagem no Twitter. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deve se reunir no dia 21 para avaliar a vacina dos laboratórios Pfizer-BioNTech e, em seguida, a Comissão aprovará o início da campanha.

A Europa teme uma explosão de casos durante as festas de Natal e vários países adotaram medidas mais rigorosas no continente, que se aproxima de 500.000 mortes por Covid-19. Dinamarca, França, Turquia e Holanda anunciaram novas ações para frear os contágios, assim como a Alemanha, que sofre uma segunda onda de covid-19 muito mais grave que a primeira. O país registrou o recorde de infecções em apenas 24 horas e passou de 30.000 pela primeira vez desde o início da pandemia.

Berlim adotou a partir de quarta-feira e até 10 de janeiro um confinamento parcial, que inclui o fechamento de escolas e estabelecimentos comerciais não essenciais, assim como a restrição das viagens e contatos sociais. Na França, o presidente Emmanuel Macron deu positivo para covid-19, anunciou o Palácio do Eliseu.

O anúncio levou diversos líderes europeus, incluindo os primeiros-ministros da Espanha e Portugal, Pedro Sánchez e Antonio Costa, respectivamente, a iniciar um isolamento de forma preventiva depois que estiveram em contato com Macron.

A mudança de Bolsonaro

O coronavírus já infectou quase 74 milhões de pessoas e provocou mais de 1,6 milhão de mortes desde o primeiro caso, registrado em dezembro de 2019 na China. O presidente Jair Bolsonaro, que sempre minimizou a dimensão da pandemia, mudou o discurso na quarta-feira ao afirmar que a vacinação permitirá ao Brasil "voltar à normalidade". No evento de lançamento do plano nacional de imunização em Brasília, Bolsonaro reconheceu que a pandemia "aflige" os brasileiros "desde o início".

Na terça-feira, ele afirmou que não será vacinado e levantou dúvidas sobre a segurança das vacinas. Em um momento de vários anúncios sobre vacinas, a preocupação aumenta sobre o acesso dos países pobres a curto prazo.


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