Complexo do Lago da Redenção, em Porto Alegre, aguarda pela revitalização

Complexo do Lago da Redenção, em Porto Alegre, aguarda pela revitalização

Espaço, que chegou a ser ancoradouro dos pedalinhos, hoje serve de abrigo para moradores de rua

Christian Bueller

Estrutura no Parque da Redenção está abandonada e sem previsão de revitalização

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Ponto de encontro e lazer dos porto-alegrenses, o parque Farroupilha (Redenção) recebe centenas de pessoas todos os dias. Nos seus mais de 35 hectares, é possível praticar esportes, tomar um chimarrão, passear com filhos e cães, enfim, encurtar a distância entre a urbanidade e a natureza. No entanto, alguns pontos do mais tradicional parque de Porto Alegre aguardam pela revitalização há um bom tempo. É o caso do Complexo do Lago. Em 2014, o local abrigava um café. Atualmente, o lugar serve como “repouso” a moradores de rua. 

No entanto, nem a prefeitura tem previsão de quando a revitalização ocorrerá. Construído em 1935, o espaço ao lado do lago da Redenção chegou a ser ancoradouro dos pedalinhos que acompanharam a infância de muitos moradores da cidade. Janelas quebradas, azulejos arrancados e estruturas enferrujadas dão um caráter sombrio à área, que segue frequentada, não necessariamente apenas por visitantes. “O parque é bem grande, vai filmar para lá”, se irrita um morador de rua que dormia no interior do antigo café, ao ver a aproximação da equipe de reportagem. Gradis se transformaram em varais para as roupas dos habitantes ocasionais. 

Ao lado, um pai leva as filhas para brincar na pracinha. Visitante assíduo, o professor André Santos vai ao parque entre três e quatro vezes na semana. Morador da região, lamenta o abandono do complexo. “Venho direto, desde o tempo dos pedalinhos. Já fui a outras cidades e os parques principais são bem mais cuidados”, ressaltou Santos, lembrando da época em que o trenzinho da Redenção encantava gente de todas as idades. Em julho de 2018, um projeto conceitual do Complexo do Lago estava em fase final e faltavam apenas alguns detalhes para a validação. O edital seria lançado pela prefeitura em junho do ano passado, o que não aconteceu. 

Transportando um cachorrinho no carrinho e outro sem coleira, a frequentadora Cristina Pereira apoia a ideia da privatização do local. “Infelizmente, se o Estado não faz, tem que deixar para a iniciativa privada. A gente não pode entrar em alguns espaços porque está tomado de indigentes”, reclamou Cristina. 

O projeto de revitalização do espaço denominado Complexo do Lago ainda existe e contempla a qualificação total do entorno do lago da Redenção, inclusive da área do antigo orquidário, possibilitando o aproveitamento do parque em todas as suas dimensões. Para que isso seja possível, em vez de se fazer uso da modalidade tipo permissão de uso como forma de contratação, o que atualmente ocorre com a Redenção, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams) aguarda a tramitação final da proposta de concessões. “O projeto prevê a possibilidade de que empresas privadas possam oferecer serviços aos frequentadores das praças e parques, com geração de receita. A concessão prevê que a empresa também realize investimentos e a manutenção da área verde”, informou a nota da assessoria de imprensa da Prefeitura de Porto Alegre.


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