Confronto entre municipários e Guarda Municipal deixa 14 feridos

Confronto entre municipários e Guarda Municipal deixa 14 feridos

Após o conflito, servidores do Simpa se reuniram com a prefeitura

Correio do Povo

Confronto entre municipários e Guarda Municipal deixa 14 feridos

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*Com informações de Mauren Xavier e Henrique Massaro

Um confronto entre municipários em greve e a Guarda Municipal deixou ao menos 14 feridos na manhã desta sexta-feira. O conflito ocorreu próximo à antiga sede da Prefeitura de Porto Alegre. Segundo os municipários, dez servidores tiveram escoriações, sendo que dois foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro com ferimentos mais graves. Já a prefeitura diz que quatro agentes também sofreram lesões.

O conflito começou por volta das 7h30min, quando os municipários em greve bloquearam as três portas de acesso ao prédio da prefeitura administrativa, que fica na esquina da rua Siqueira Campos e avenida Borges de Medeiros. Integrantes da Equipe Operacional da Romu (Rondas Ostensivas Municipais) chegaram ao local e tentaram garantir a abertura de apenas uma das portas. 

O coodenador do conselho de representantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), João Ezequiel, reclamou que a tropa de choque da Guarda Municipal não dialogou. “Chegaram agredindo e batendo com cacetete, gás de pimenta e arma de choque”, afirmou. O chefe da ROMU, Glauber Silvestre Zilio, constesta essa versão. “Pedimos que apenas uma porta fosse liberada, assim a manifestação seguiria nas outras duas. O que não ocorreu, fazendo com que usassemos a força”, disse.




Os municipários afirmam que dez pessoas ficaram feridas, sendo que dois necessitaram de atendimento médico em hospital. Por outro lado, os guardas municipais informaram que tiveram quatro com ferimentos. Eles alegam que municipários teriam atirado pedras e paus contraos agentes, resultando no uso de gás de pimenta e cacetete. Durante a confusão, dois contêineres acabaram sendo derrubados.

Após a situção estar controlada, os servidores, que estão em greve há 16 dias, ficaram concentrados no meio da pista da avenida Borges de Medeiros, junto com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA). A tropa de choque da Guarda Municipal manteve-se em frente da porta, fazendo uma área de isolamento. O clima de tensão permaneceu durante toda a manhã. A mobilização dos servidores foi reforçada ainda com a chegada de um carro de som, onde dirigentes se intercalaram em depoimentos.

O trânsito teve de ser desviado pelos agentes da EPTC na região. Houve congestionamento na região. Os veículos que trafegavam pela rua Siqueira Campos tinham de ingressar na rua Cassiano Nascimento e retornar pela avenida Mauá.
No entanto, o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Eduardo Amorim, foi até o local e determinou que a imediata liberação de meia pista do trecho da avenida Borges de Medeiros. O tráfego voltou a fluir, mas com muita lentidão ao longo da manhã.




Reunião com o vice-prefeito

Depois do tumulto em frente ao Paço Municipal com a presença de centenas de servidores, o Simpa se reuniu com o vice-prefeito Gustavo Paim na Câmara Municipal. O encontro é o segundo da categoria com a prefeitura desde o início da greve, que começou no dia 5, e também o segundo sem a presença do prefeito Nelson Marchezan Júnior. O chefe do Executivo deve se reunir com os grevistas na segunda-feira.

Devido à manifestação no Paço Municipal, a diretoria do Simpa acabou se atrasando mais de meia hora para o encontro, marcado para as 10h. Mas os servidores ligados ao sindicato já estavam presentes na Câmara, com faixas, cartazes, pedindo a retirada de projetos e se colocando subtraídos a possíveis privatizações de órgãos públicos. Até as 13h30min, a categoria ainda estava em reunião com a prefeitura.

Os projetos que o Simpa se coloca contra dizem respeito à extinção da licença-prêmio, permitem congelamento e parcelamento salarial, adiam o pagamento do 13º salário para janeiro e possibilitam a retirada de gratificações por dedicação exclusiva. Além disso, afirma a categoria, diminuem percentuais pagos nos avanços e nas gratificações adicionais por tempo de serviço.

De acordo com a Câmara, o líder do governo, Moisés Maluco do Bem (PSDB), havia informado que no final de semana técnicos da prefeitura devem elaborar alterações para contemplar alguns dos pedidos dos municipários. Não havia, porém, nenhuma informação sobre quais modificações seriam feitas.

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