Cooperativa paralisa parcialmente limpeza urbana por atraso de repasses em Porto Alegre

Cooperativa paralisa parcialmente limpeza urbana por atraso de repasses em Porto Alegre

Serviços de coleta seletiva e manutenção de parques e praças não estão ocorrendo

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Atraso em repasses provoca paralisação parcial de limpeza urbana em Porto Alegre

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*Com informações do repórter Guilherme Kepler

Atrasos no repasse de valores relativos ao mês de agosto provocaram nesta quarta-feira a paralisação parcial da limpeza urbana em Porto Alegre, referente à coletiva seletiva e ao serviço em parques e praças. A Cooperativa de Trabalhadores Autônomos das Vilas (Cootravipa), responsável por realizar esses trabalhos, confirmou, através do seu assessor jurídico Artur Garrastazu, a situação e disse que o quadro pode piorar se o pagamento não for feito até a próxima terça-feira, dia 10 de outubro. 

"A Cootravipa segue trabalhando, mas se não receber a próxima fatura, ela poderá parar a limpeza das ruas. Aí, Porto Alegre poderá virar um grande depósito de lixo. É uma situação dramática e a paralisação de agora é parcial porque não há recursos para gasolina, luvas e outros materiais. Não estamos usando isso como instrumento de pressão, mas a Cootravipa foi compelida a paralisar", esclareceu Garrastazu em entrevista ao Correio do Povo. 

Garrastazu afirmou que a cooperativa precisa de cerca de R$ 1,5 milhão para operar normalmente e que entende que a Prefeitura de Porto Alegre não tem dinheiro e por isso preferiu o pagamento de outros fornecedores. "A maior demonstração de parceria ocorreu após o temporal, quando a Cootravipa emprestou material e fez um mutirão para ajudar a prefeitura a recolher árvores e galhos que caíram com a chuva, ainda que não tenha contrato de jardins e árvores. Temos um pouco de receio de atrair antipatia, mas se o pagamento não ocorrer, não sei o que será da cidade", enfatizou.  

Ainda segundo Gomes, a paralisação atinge cerca de 250 cooperativados e, segundo ele, assim que os repasses forem efetuados, os trabalhos serão retomados imediatamente. Dos contratos de limpeza urbana e limpeza de parques, foram pagos 70% e 50%, respectivamente. O município ainda deve R$ 4,7 milhões, referentes a serviços realizados até dezembro de 2016. Em negociação da dívida, a Secretaria da Fazenda parcelou em 36 vezes o débito do ano passado. A previsão é de um primeiro repasse a partir de janeiro de 2018.

A Cootravipa também ajuizou ação trabalhista coletiva na Justiça do Trabalho, em nome dos associados, solicitando que a prefeitura efetue o pagamento de 100% dos serviços. A reportagem fez contato com a Secretaria Municipal da Fazenda e aguarda posicionamento do órgão. 

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