Covid-19: Especialista alerta para alta demanda por serviços de urgência e emergência

Covid-19: Especialista alerta para alta demanda por serviços de urgência e emergência

Infectologista atribui o crescimento de casos confirmados para a doença no Estado às aglomerações de fim de ano

Felipe Samuel

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A disseminação do coronavírus voltou a ganhar força nesta terça-feira no Rio Grande do Sul após a confirmação de 10.121 novos casos da doença. Em apenas 11 dias de janeiro, o Estado já contabiliza 38.528 diagnósticos positivos para a Covid-19  - maior número desde agosto do ano passado. Naquele mês, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), 31.472 pessoas foram infectadas pelo vírus. Diante do aumento exponencial da doença, especialista alerta que o sistema de saúde já começa a sentir os efeitos da alta demanda por serviços de urgência e emergência.

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz, afirma que nos próximos dias será possível "'ter uma definição melhor"do impacto dos novos casos e de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Sprinz explica que atualmente estão sendo realizados mais testes e, ao mesmo tempo, aumentando o número de subnotificações. "Os casos são mais numerosos. Vamos ver a pressão que isso vai exercer sobre o sistema de saúde na semana que vem. Já está começando acontecer de novo procura por atendimento, não só nas emergências, mas em hospitais também", observa. 

O infectologista atribui o crescimento de casos confirmados para a doença no Estado às aglomerações de fim de ano. Ele reforça que Estados Unidos e Europa já estão enfrentando uma 'explosão' de casos de Covid-19. "A única diferença é que para a gente a variante Ômicron está chegando um pouco mais tarde e as pessoas estão mais vacinadas, o que teoricamente a deixaria um pouco mais protegida", avalia. Ele reforça que, em geral, em duas semanas começam a surgir novos casos confirmados. "Depois disso começam a evoluir para casos graves", destaca.

Sprinz afirma que "se passou a ideia de que a nova variante é boazinha". "Mas não é. Se dez pessoas forem contaminadas, mesmo que ela seja dez vezes menos letal, de qualquer jeito vai haver pressão sobre o sistema de saúde", justifica. O especialista alerta que a população não deve baixar a guarda e precisa seguir com as medidas não farmacológicas, como usar máscara, evitar aglomerações e manter a higiene das mãos. Se o número de casos confirmados seguir tendência de alta, a projeção é de um cenário pior. Semelhante ao pico da doença, em março do ano passado, quando as UTIs chegaram a ter mais de 2,6 mil hospitalizações no Estado. "Espero que não seja nos níveis de março, quando o sistema de saúde entrou em colapso", frisa. 

Hoje, com mais 13 óbitos confirmados pela SES, o Estado contabiliza 36.497 mortes por conta da Covid-19 desde o início da pandemia. Com 1.665 pacientes em estado grave, a taxa de lotação das UTIs estava em 51,9% até o começo da noite. Do total, 169 pacientes testaram positivo para Covid-19 e outros 114 tinham diagnóstico suspeito da doença. As internações em leitos clínicos seguiam a tendência de alta dos últimos dias, com 317 pacientes com Covid-19.


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