Covid-19 tirou a vida de quase 26 mil em 14 meses de pandemia no RS

Covid-19 tirou a vida de quase 26 mil em 14 meses de pandemia no RS

Estado registra mais de um milhão de contaminados pelo coronavírus

Felipe Samuel

SES registra redução, mas internações e óbitos seguem em níveis altos

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Passados 14 meses desde a confirmação do primeiro diagnóstico de coronavírus, o Rio Grande do Sul já contabiliza quase 26 mil mortos e mais de um milhão de pessoas infectadas pela Covid-19. A falta de comprometimento de parte da população, que ignorou as recomendações de autoridades de saúde para o uso de máscara e evitar aglomerações, e as seguidas flexibilizações do modelo de Distanciamento Controlado resultaram no aumento da disseminação da doença, que já matou mais este ano do que durante todo o ano passado.

Desde a confirmação do primeiro caso no RS, no dia 9 de março de 2020, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) registrou 25.990 mortes. A SES esclarece que poucos dias após o primeiro diagnóstico, foi identificado um caso que teve confirmação anterior, no dia 26 de fevereiro. Do total, 16.780 (64,5%) perderam a vida de janeiro a 9 de maio, o que demonstra a aceleração da contaminação no começo do ano. Além de ser o ano mais letal, 2021 já contabiliza maior número de infectados - são 505.131 casos confirmados - em relação ao ano passado, quando 503.165 pessoas apresentaram diagnóstico positivo.

Desde o início da epidemia, os casos confirmados totalizam 1.008.296. Com 8.158 vítimas fatais, março é o mês mais letal da pandemia, seguido de abril, que contabilizou 4.255 mortes. Somados, os dois meses registraram 12.413 óbitos, três quartos do total. O diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição, Francisco Zancan Paz, lembra que em janeiro do ano passado já havia relatos da doença em outros países. "Ficamos um pouco assustados com a possibilidade de ter que enfrentar uma epidemia de dimensões importantes e começamos a nos preparar com nossos recursos", destaca.

Paz afirma que o corpo clínico acreditava que iria enfrentar uma epidemia 'limitada no tempo', mas os desdobramentos da doença provaram o contrário. "Tivemos o primeiro pico, a coisa foi avançando. Em outubro começou a voltar a uma situação de maior tranquilidade, mas em dezembro tivemos refluxo, com nova onda, e chegamos a fevereiro com uma coisa inesperada, um comportamento inesperado", afirma. Entre os fatores que contribuíram para a disseminação da doença, Paz destaca o surgimento de uma nova cepa, a P1, que apresenta transmissibilidade maior 'e com característica de atingir jovens mais do que idosos'.

Nos últimos meses, por conta da demanda por atendimento, os hospitais também enfrentaram falta de medicamentos para o kit intubação. “Houve aumento de casos em todo Brasil, e no RS também. Isso fez com que o mercado se retraísse e não tivesse capacidade de nos oferecer medicamentos do kit intubação", acrescenta. “Mas agora estamos voltando ao período de maior tranquilidade, se é que se pode dizer isso. A expectativa é que número de casos seja cada vez menor”, completa.


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