Defensora pública relata drama em viagem para o Caribe
Grupo de 23 brasileiros foi deportado durante passeio de férias para as Bahamas
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“Era impossível dormir, não tínhamos nada para beber ou comer e estávamos todos em uma sala minúscula”, relatou a defensora. Para ela, esta situação é um exemplo da fraqueza das relações diplomáticas do Brasil. “Nós nos sentimos desprotegidos no exterior por causa dessa relação frágil”, destacou Loraina.
De acordo com o relato da defensora, foram mais de 17 horas sem água ou alimentação. Conforme Loraina, apenas latino-americanos estavam retidos na sala da imigração dos dois países. Ela comprou um pacote turístico na CVC para passar as férias e comemorar o aniversário de sua mãe, Mônica, em um lugar que ela sonhava em conhecer, as Bahamas. “Quando estávamos sobrevoando as ilhas, ela olhava aquela água verde e aplaudia. Minha mãe ficou inconsolável com a situação”, desabafou.
Enquanto toda a confusão acontecia do outro lado do oceano Atlântico, Cristiano Cavalca, 38 anos, marido de Loraina, tentava unir esforços e falar com a Defensoria Pública ou com a agência de viagens. Após quase 20 horas sem comida, sem água e sem banho, um agente da Embaixada brasileira no Panamá apareceu — somente após contato realizado pela Defensoria Pública do Estado com a Divisão de Assistência Consular do Itamaraty — e disse que “a retenção é norma do país”. “É um absurdo. Precisamos enfrentar essas situações. Já viajei bastante e isso nunca tinha me acontecido”, disse Loraina.
Loraina salientou que ninguém merece passar por uma situação como ela viveu. “Muito menos minha mãe, uma professora aposentada que batalhou tanto para me ajudar. Se eu sou defensora pública é por causa do esforço dela”, ressaltou Loraina. Ela afirma que irá entrar com ação de reparo de imagem e danos morais contra a CVC e contra a Copa Airlines. A agência de viagens CVC informou que não sabe o motivo da deportação dos brasileiros e alega que as passagens aéreas foram utilizadas e que não serão ressarcidas.