Defesa Civil monitora rios Caí, Sinos, Taquari e Paranhana

Defesa Civil monitora rios Caí, Sinos, Taquari e Paranhana

Chuva desaloja milhares de pessoas no Rio Grande do Sul

Correio do Povo e Rádio Guaíba

DEP acredita que levará mais de um mês para retirar o material em Porto Alegre

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Agentes da Defesa Civil do Rio Grande do Sul monitoram neste domingo os rios Caí, Sinos, Taquari e Paranhana. As equipes do órgão auxiliam os municípios atingidos no atendimento emergencial à população. Diversos estradas estão interditadas por causa de quedas de barreira e ruas estão alagadas nas cidades atingidas pela chuva que atinge o Estado desde a última sexta-feira.

Rio Caí


O Rio Cai atingiu a marca de 13,10 metros às 15h deste domingo e o nível das águas sobe 15 centímetros por hora. Em São Sebastião do Caí, mais de 900 pessoas abandonaram suas casas. “Ao todo, 758 pessoas estão desalojadas, buscando abrigo na casa de familiares. Outras 260 estão desabrigadas e estão sendo deslocadas para o Ginásio Municipal, no Parque Centenário”, explica o coordenador da Defesa Civil do município, Cléber Gonçalves da Silva. As áreas mais atingidas são os bairros Navegantes, Quilombo, Rio Branco e Várzea do Rio Branco.

O Rio Caí deve continuar subindo e, de acordo com a Defesa Civil, até às 20h, o nível do manancial deve chegar nos 13,80 metros, apenas um metro abaixo do que foi registrado na última grande enchente que atingiu a cidade em 2011.

Rio Taquari

Já o Rio Taquari sobe 20 centímetros na última hora. Na leitura efetuada no Porto em Estrela neste domingo, às 15h, o nível estava com 23,20 metros, 10,20m acima do normal, que é de 13m.
As águas do Rio Taquari desalojaram pelo menos 176 famílias – 30 em Encantado, 30 em Arroio do Meio, 61 em Lajeado, 30 Estrela, duas famílias em Bom Retiro do Sul e 23 em Cruzeiro do Sul. Somente na cidade de Lajeado foram retiradas de suas casas 30 famílias, que foram alojadas no ginásio do Parque do Imigrante.

O setor de Assistência Social da Prefeitura de Lajeado faz campanha para angariar alimentos e roupas para suprir as necessidades das famílias desalojadas. Várias ruas continuam interrompidas pelas águas do Rio Taquari, causando transtornos aos motoristas. Os ônibus que passam pela Rua João Abott são desviados para a Rua Júlio de Castilhos, dificultando ainda mais o trânsito na rua central da cidade.

Rio dos Sinos

Já o Rio dos Sinos mantém em alerta a Defesa Civil de São Leopoldo. Equipes se reuniram com representantes do Corpo de Bombeiros e do Exército no início desta tarde. Conforme o secretário adjunto de Segurança Pública e Defesa Comunitário, Marcelo Buz, grupos estão percorrendo com barcos as áreas mais críticas, como a Rua Otto Daudt, na Feitoria, e Rua das Camélias, no bairro São Geraldo.

As famílias que estão em risco por causa da cheia do Rio dos Sinos são orientadas a deixar as residência. “O Centro de Eventos, no bairro São Borja, e o Ginásio Central, na Feitoria, estão prontos para receber os moradores desabrigados”, afirmou Buz. A Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone: 3566-1464.

Em São Leopoldo, famílias que residem nas ruas Das Camélias e a Otto Daudt, no bairro Feitoria, estão ilhadas. A Defesa Civil realiza uma reunião para definir a retirada de alguns moradores das áreas mais atingidas pelo Rio dos Sinos, que já está com 4,20m.

Em Ivoti, o Arroio Feitoria, afluente do Rio Caí, está fora do leito e alaga a localidade de Feitoria Nova, onde há um núcleo de casas. Nas cidades de Sapiranga e Parobé, moradores de áreas ribeirinhas tiveram suas casas invadidas pela água nessa manhã.

Rodovias interditadas

A chuva também interdita diversas estradas do Rio Grande do Sul. O Comando Rodoviário da Brigada Militar alerta que na ERS-470, em Bento Gonçalves, e na ERS-129, em Colinas, não é possível trafegar. Três pontes foram interditadas: uma em Cotiporã, outra em Arvorezinha e a terceira em Anta Gorda.

No Vale do Caí, a passagem de veículos está interrompida no acesso entre Pareci Novo e São Sebastião do Caí, na ERS-124. A alternativa para os motoristas é realizar o trajeto pela ERS-240, ingressando na ERS-122, em Portão.

Na região Metropolitana de Porto Alegre, diversas vias estão alagadas. Em Esteio, as ruas Rio Grande e Bento Gonçalves, no bairro São Sebastião, estão com água. Na região dos Condomínios Morada I e II, os moradores estão ilhados, sem poder sair de casa. O transporte público coletivo da cidade não passa pelos locais.

Em Igrejinha, moradores dos bairros 15 de Novembro e Moinho enfrentam pontos de alagamento. Em Rolante, os Rios Rolante e Areia estão fora do leito e há alagamentos na rótula existente no acesso da cidade na direção de Taquara e no bairro Grasmann.

Segundo o Corpo de Bombeiros Voluntários de Rolante, em boletim das 8h45min, no Rolantinho, o acesso estava interditado. O bairro Contestado estava em estado de alerta e a Linha Reichert permanecia alagada e interditada nas proximidades da Mecânica Schimia.

Na região Metropolitana, o trânsito na ERS 020 está totalmente bloqueado no Km 20, entre a parada 100 e 101, em Gravataí, nos dois sentidos. O asfalto cedeu na via. Conforme o Grupo Rodoviário de Gravataí, os desvios também apresentam problemas devido ao acúmulo de água na pista. Equipes do Departamento Autonômo de Estradas e Rodagens (Daer) foram acionadas para tentar reparar o asfalto.

No Vale do Taquari, vários trechos que levam à cidades da região estão interrompidos. A rodovia de acesso a Colinas foi fechada, assim como a estrada que liga a cidade de Cruzeiro do Sul com Mariante. Um dos acessos a cidade de Forquetinha também foi interrompido.

Na Serra, na ERS 431, no Km 16, entre os municípios de Bento Gonçalves e Guaporé, a estrada está totalmente interditada. O nível do Rio das Antas subiu e invadiu a pista, impossibilitando o tráfego. Outro trecho bloqueado fica na ERS 44, na altura do Km 28, em Santa Tereza. A estrada está em meia pista por causa de alagamentos.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal, não foram registrados deslizamentos de terra ou queda de barreiras nas rodovias federais da região.

Com informações dos repórteres Stephany Sander e Deoli Gräff.

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