Demanda por medicação personalizada para pacientes Covid impactou setor de farmácias de manipulação

Demanda por medicação personalizada para pacientes Covid impactou setor de farmácias de manipulação

Setor já registra alta de 8% no primeiro semestre de 2021 na comparação com todo o ano passado

Correio do Povo

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A pressão sobre o sistema hospitalar brasileiro no início deste ano, causado pela terceira onda de Covid-19, levou o setor de farmácias de manipulação a registrar alta na produção de medicação personalizada para pacientes infectados pelo novo coronavírus, principalmente da rede pública, causado pelo aumentou significativo do número de pessoas acamadas e entubadas, que frequentemente necessitam de formulações especiais.

Os dados são da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), que já calcula aumento de 8% na comercialização geral de medicamentos manipulados, tanto para hospitais quanto para o público direto, no primeiro semestre de 2021 na comparação com todo o ano passado - o primeiro da pandemia.

“Muitas farmácias tem atendido a rede pública. Os pacientes que estão acamados ou entubados não conseguem ingerir uma cápsula. As farmácias, então, preparam fórmulas que são em solução para fazer via parenteral. Conseguimos formular soluções para atender as demandas dos médicos dentro dos hospitais”, explica Dimas Souza, presidente da Anfarmag do Rio Grande do Sul. 

Segundo ele, esse contato entre a rede hospitalar pública com as farmácias de manipulação não é novo, mas sentiu os efeitos da pandemia. “Essa relação já existia, mas foi impulsionada por essa demanda de medicamentos especiais. Nem todos os hospitais possuem farmácias de manipulação, o que levou a esse crescimento do contato com a rede privada. Não foi um processo iniciado agora, mas que foi muito intensificado”. 

O setor conta atualmente com 8 mil unidades em todo o país, com maior presença nos estados do Sul e Sudeste. As farmácias de manipulação gaúchas representam quase 7% do faturamento de todo o setor no país, atrás apenas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. “Sentimos a demanda aumentar desde o início da pandemia, principalmente de álcool em gel e vitaminas para melhorar o sistema imunológico. Agora, neste ano, com o pico muito alto (das internações por Covid-19), sentimos um crescimento muito maior, puxado também pelos medicamentos manipulados para a rede hospitalar”, detalha Souza, que complementa: “A demanda ainda não acabou, apesar de ter diminuído. O que notamos é que esse trabalho continua, até porque os hospitais não estão atendendo mais exclusivamente pacientes Covid.” 

Entre maio e julho de 2020, os números da recente pesquisa feita pela associação indicaram uma elevação da venda geral de produtos manipulados, com índices que variam entre 20% e mais de 50% do volume de comercialização.

 


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