Deputados devem criar frente para acompanhar acidentes químicos no RS

Deputados devem criar frente para acompanhar acidentes químicos no RS

Parlamentares visitarão fábrica da Braskem onde houve vazamento de nafta em fevereiro

Mauren Xavier / Correio do Povo

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O acidente químico na Braskem e a segurança dos trabalhadores foram tema da audiência pública realizada nesta quarta-feira na Comissão de Saúde e Meio Ambiente na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O debate foi proposto pelo deputado Raul Pont (PT), tendo como base o vazamento de nafta no Polo Petroquímico, ocorrido no dia 22 de fevereiro. No encontro, foi sugerida a criação de uma frente parlamentar para acompanhar casos de acidente do tipo em empresas do Estado.

Os parlamentares também deverão visitar o local onde ocorreu o vazamento, em data a ser definida. Estiveram presentes na reunião representantes dos trabalhadores, da empresa, do Ministério Público Estadual, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e da Fundação Estadual de Protação Ambiental (Fepam).

Para Pont, é fundamental a análise do assunto para que se evite ao máximo que situações similares ou mais graves ocorram, o que poderá representar prejuízos aos trabalhadores e à comunidade. “É possível ainda identificar os locais em que há maiores riscos e apontar medidas que poderão ser adotadas para reduzir os impactos de possíveis falhas”, disse.

No dia 22 de fevereiro, após uma forte chuva, um tanque de nafta, que é um produto químico utilizado como matéria-prima para a produção da Braskem, ficou exposto após a proteção do teto romper. Com a situação, trabalhadores terceirizados foram afetados. “Funcionários foram expostos e o dano apenas não foi maior porque não existem comunidades de moradores nas proximidades”, explicou o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo/RS (Sindipolo), Gerson Medeiros Cardoso.

Além disso, ele afirmou que a situação delicada do tanque onde houve o acidente já era conhecida. Com o problema, os funcionários passaram por exames e ficaram afastados. Durante o período de esvaziamento do tanque, foi utilizada uma manta.

Cardoso apontou ainda a existência de outros problemas em relação à segurança dos trabalhadores. Ele lembrou que entre os dias 22 e 29 de fevereiro a empresa não se manifestou. O pronunciamento aos trabalhadores ocorreu apenas no dia 1º de março, quando na parte da manhã houve forte cheiro e a evacuação do polo. “É fundamental rever a comunicação interna”, reforçou.

Segundo o gerente da Olefinas, representante da Braskem, Nelzo Luiz Neto da Silva, há uma comissão que ainda está investigando as causas do acidente. A justificativa mais provável, ressaltou ele, é de que a questão meteorológica tenha influenciado. Nos quatro dias anteriores ao acidente a temperatura foi alta e dentro do tanque chegou a 31º graus. Em seguida, houve uma queda brusca de temperatura e volume acentuado de chuva, o que pode ter provocado o rompimento da vedação e a mistura entre a água e a nafta.

Além disso, o gerente assegurou que a resposta da empresa, por meio dos técnicos em segurança, se deu rapidamente, eliminando riscos maiores. A Braskem, afirmou ele, também procedeu com todas as medidas previstas para conter e minimizar o impacto, como o período longo para a transferência do material de dentro do tanque para outro reservatório. Silva lembrou ainda que a Braskem é reconhecida internacionalmente pelas ações na área de segurança dos seus funcionários e do meio ambiente.

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