Desrespeito ao sinal vermelho preocupa EPTC em Porto Alegre

Desrespeito ao sinal vermelho preocupa EPTC em Porto Alegre

Infração pode ser relevada por questões de segurança na madrugada, mas imprudência se repete em diversos horários

André Malinoski e Sidney de Jesus

EPTC salienta que nenhuma semáforo opera em amarelo piscante na Capital

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O desrespeito dos motoristas em relação aos semáforos é uma constante em Porto Alegre. Não respeitar o sinal vermelho está entre as principais infrações de trânsito na Capital, conforme dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). É comum ver condutores ultrapassando o sinal vermelho em cruzamentos e vias importantes da Capital, como a avenida Ipiranga com a Rua Dr. Salvador França, nas avenidas Assis Brasil e Bernardino Silveira de Amorim, nas avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Ipiranga, entre outros locais. A principal explicação é por medida de segurança, que  acabam tomando a decisão de não parar nas sinaleiras, principalmente à noite.

De acordo com a EPTC, ultrapassar o sinal vermelho ou parada obrigatória ocupa o sétimo lugar no ranking de infrações mais registradas em 2021, em Porto Alegre, com 7.318 multas até setembro deste ano. “O artigo 208 do CTB considera infração gravíssima avançar o sinal vermelho do semáforo. É de extrema importância a atenção dos condutores na passagem por cruzamentos. Mesmo com o sinal verde deve-se observar se no entorno não está algum pedestre ou motorista desatento”, alertou o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires.

Ele destacou que existe uma orientação na EPTC para que, durante a madrugada, as autuações pelo avanço do sinal vermelho ou placa de parada obrigatória devam ser realizadas nos casos em que o agente de fiscalização presenciar o desrespeito, sem que haja, pelo condutor, a adoção de cautela ao cruzar o sinaleira ou parada obrigatória. “As autuações pelo artigo 208, nesse horário, devem ser acompanhadas de uma observação do agente, descrevendo a situação de imprudência presenciada. Ele tem autonomia para avaliar se, durante a passagem pelo sinal vermelho o motorista ofereceu ou não risco a si próprio ou às outras pessoas”, ressaltou o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires, lembrando que “nenhum semáforo opera em amarelo piscante em horário noturno”.

Apesar de a infração por ultrapassar o sinal vermelho ser considerada grave, muitos motoristas optam por violar a lei durante a noite e a madrugada, devido à insegurança e o medo de assaltos. É o caso do motorista de aplicativo Moacir Pinto Furtado, de 52 anos, que afirmou que a grande maioria dos motoristas não obedecem às sinalizações após às 22h. “Quando trabalho no turno da noite sou obrigado a avançar o sinalem razão dos assaltos. Passo devagar e observando o cruzamento, mas não paro”, destacou o motorista, lembrando que já foi vítima de assalto no trânsito por três vezes em Porto Alegre. “Quem dirige sabe a tensão que é parar num semáforo. Sempre existe o risco de ser assaltado, principalmente à noite. Eu passo direto o sinal”, afirmou o motoboy Cléber Luiz Santana, 22 anos, que trabalha como entregador de pizza no período noturno.

Números de acidentes a noite – Conforme a EPTC, o avanço do sinal vermelho registrou, no período da noite, em 2021, a morte do condutor de uma moto no cruzamento das avenidas Baltazar de Oliveira Garcia e Dante Angelo Pilla. No mesmo turno, entre janeiro e agosto deste ano, das 18h às 23h59min foram registrados 1782 acidentes, sendo 911 com danos materiais, 853 com lesões e 18 fatais. Já durante a madrugada, entre 0h e 5h59min ocorreram 414 acidentes, sendo 223 com danos materiais, 178 com lesões e 13 fatais.


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