Dia do Refugiado tem programação especial em Porto Alegre

Dia do Refugiado tem programação especial em Porto Alegre

Jornada de Integração Comunitária é uma iniciativa de apoio à coexistência pacífica entre migrantes, refugiados e brasileiros

Taís Teixeira

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Em alusão ao dia mundial do refugiado, comemorado em 20 de junho, o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) promoveu neste sábado a Jornada de Integração Comunitária, iniciativa de apoio à coexistência pacífica entre migrantes, refugiados e brasileiros. A atividade aconteceu em parceria com a Fundação Assistência Social e Cidadania (FASC) e ocorreu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Norte, no bairro Sarandi e Santa Rosa, das 10h às 15h. O atendimento prestado incluiu acolhimento e proteção, atenção psicossocial, assessoria jurídica e integração comunitária e socioeconômica, com encaminhamento para o mercado de trabalho.

O coordenador do SJMR Porto Alegre, Lucas Nascimento, explica que essa foi uma das ações realizadas na  II Semana Estadual  do Migrante, de 14 a 20 de junho. Segundo Nascimento, a expectativa é de atender 150 pessoas entre venezuelanos, haitianos e senegaleses, além de brasileiros. Ele explica que muitos vêm para o Estado, mas acabam indo embora, sendo que o número mais preciso que se tem é de venezuelanos interiorizados pelo governo federal. “A estimativa é de mais de sete mil venezuelanos no Estado”, esclarece.

A presidente da FASC, Cátia Lara Martins, disse que a maior parte dos refugiados e migrantes concentra-se nas regiões do CRAS Norte, bairro Sarandi, e CRAS Santa Rosa, no bairro Rubem Berta. A dirigente explica que uma das intenções da fundação é incluir os migrantes como entrevistadores sociais da equipe de executores do Cadastro Único, uma iniciativa do governo federal que integra programas assistenciais, como o Bolsa Família, para ajudar famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Ela acredita que essa mudança qualifique o trabalho. “É uma forma de estabelecer vínculo de identificação no atendimento entre o refugiado ou migrante e uma pessoa da mesma nacionalidade”, esclarece. Cátia também reforça a importância de fazer o cadastro único para ter acesso aos benefícios assistenciais.

O venezuelano e ajudante de entrega da Coca-Cola, Gabriel Thomas Flores Jaramilho, chegou em novembro do ano passado ao Estado, com a esposa, os três filhos, a neta e o pai. Ele conta que foi renovar a permanência dele no Estado e acompanhar a esposa e a filha mais velha na busca por emprego. “Só eu estou sustentando a família, está muito caro”, destaca. A esposa Vanessa Maria Marquez de Flores afirma que quer trabalhar. “Estou vendo um serviço na área da limpeza”, explica. A filha mais velha, Gabriela Flores, é mãe de uma menina de dois anos, que tem pai brasileiro que ela conheceu ainda na Venezuela. “Ela nasceu em Boa Vista, capital de  Roraima, é brasileira”, conta. Agora, ela completou 18 anos e quer o primeiro emprego. “Preciso ajudar a minha família”, destaca.

Na saída do evento, cada um recebeu um kit de festa junina, com iguarias como rapaduras, pipoca doce e salgadinhos. 


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