Dom Cláudio Hummes morre aos 87 anos em São Paulo

Dom Cláudio Hummes morre aos 87 anos em São Paulo

Arcebispo emérito da cidade era natural de Montenegro, município do Rio Grande do Sul

Correio do Povo

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O cardeal Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, morreu nesta segunda-feira aos 87 anos na capital paulista. De acordo com a Arquidiocese de São Paulo, o religioso morreu após "prolongada enfermidade, que suportou com paciência e fé em Deus". Nascido em 8 de agosto de 1934, em Montenegro, o religioso gaúcho dedicou-se à vida da Igreja desde os 17 anos, quando ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1º de fevereiro de 1952, e manteve-se na ativa até março de 2022, quando já com a saúde debilitada, em decorrência do câncer, renunciou ao cargo de Presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), diante do agravamento de um câncer no pulmão. 

Dom Cláudio foi arcebispo de Fortaleza e de São Paulo. De 2006 a 2011, trabalhou ao lado do Papa Bento 16 como prefeito da Congregação para o Clero. Ligado a temas ambientais, ele foi presidente da Ceama e da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, pediu que os fiéis agradeçam pela vida do cardeal Hummes em oração. O corpo será velado ainda hoje na Catedral da Sé, em horário a ser divulgado. 

 O religioso chegou a ser cotado para ser o sucessor de Bento 16, mas foi um dos principais negociadores do conclave que escolheu o papa Francisco. O Vatican News, canal oficial do Vaticano, lamentou a morte de dom Cláudio em nota, ressaltando a relação próxima com o papa. "Ele tinha 87 anos e um grande coração pulsante pelos pobres. Os povos indígenas da Amazônia, como os missionários consagrados e leigos; os sedentos e famintos do 'Sul do mundo', como os operários mal pagos ou as vítimas das mudanças climáticas. Ele os tinha em mente o tempo todo", disseram.

Em junho do ano passado, depois que dom Cláudio recebeu um doutorado honoris causa da Universidade de Rosário, na Argentina, o Papa Francisco escreveu a ele. O pontífice agradeceu pelo "exemplo que me deu durante a sua vida", e descreveu o amigo como um dos "líderes que têm a coragem de abrir trilhas, caminhos e de provocar sonhos; a coragem de continuar sempre olhando o horizonte sobre os problemas e dificuldades do caminho".


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