Em ato pelo clima, manifestantes criticam Mina Guaíba

Em ato pelo clima, manifestantes criticam Mina Guaíba

Marcha no Parque da Redenção defendeu medidas em prol do meio ambiente

Claudio Isaías

Marcha pelo Clima atacou projeto da Mina Guaíba

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Porto Alegre realizou neste domingo uma marcha em favor do clima que reuniu ativistas no Parque da Redenção. No protesto, cerca de 100 manifestantes saíram em caminhada pelo parque para alertar os frequentadores sobre a necessidade de proteger o planeta. Eles carregavam cartazes onde criticaram a falta de compromisso dos governos com relação a destruição do planeta. Além disso, eles protestaram contra o projeto da Mina Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Entre as mensagens dos ativistas estavam "Seja parte da solução. Não da poluição", "Não existe Planeta B", "Combustível fóssil é coisa do passado. Deixe-o no chão", "Saúde Sim. Mina Carvão Não" e "Diga Não para a Mina de Carvão".

A manifestação em Porto Alegre fez parte de 4,5 mil mobilizações pelo clima marcadas para domingo e integram o movimento global "Fridays for Future" que é liderado pela jovem sueca Greta Thunberg, 16 anos, contra as mudanças climáticas. Em Porto Alegre, o ato em favor do clima foi organizado pelas ONGs Viva Vida e 350.Org Brasil.

Lígia Miranda, da ONG Toda Vida, disse que a manifestação teve o objetivo de alertar a população sobre a grande crise climática que está acontecendo no mundo, principalmente com relação às energias. "A energia tem que ser uma energia limpa e não a energia fóssil do jeito que estão querendo implantar na Região Metropolitana de Porto Alegre uma mina de carvão que é tremendamente poluidora", destacou. Segundo Lígia, os ativistas querem falar sobre a biodiversidade, sobre a floresta amazônica e mostrar para as crianças e os jovens que estamos vivendo sim uma crise climática.

Renan Andrade Pereira, da 350.Org Brasil, afirmou que Porto Alegre está preocupada com as mudanças climáticas no mundo. "Estamos falando para os nossos governantes de que precisamos mudar a nossa postura. Precisamos de uma transição energética que saía dessa exploração de combustível fóssil e entre num processo de energias renováveis e mais limpas", acrescentou. 

Presente no ato, o jornalista Flávio Tavares, autor dos livros “O Dia Em Que Getúlio Matou Allende” e “Memórias do Esquecimento”, afirmou que o Mundo inteiro se mobilizou pelo perigo das mudanças climáticas e Porto Alegre começa a se mobilizar: "A concentração a favor do clima é um ato em favor da vida. Estamos com uma ameaça na Região Metropolitana de uma mina de carvão que pode causar sérios problemas ao Guaíba e a rio Jacuí. Não podemos aceitar este projeto", ressaltou. O ato também contou com integrantes do Greenpeace, Fórum Tupambaé, coral Viva La Vida e Centro Cultural Chinês.  

Críticas à Mina Guaíba

Com relação aos projetos de mineração no Rio Grande do Sul, existem 5.192 requerimentos para pesquisa mineral no Estado e 166 projetos estão avançando. Deste total, quatro estão mais avançados nas cidades de São José do Norte, Caçapava do Sul, Lavras do Sul e a Mina Guaíba. Esse último foi alvo do protesto dos ambientalistas no Parque da Redenção. Eles alegam que o projeto da Copelmi entre Eldorado do Sul e Charqueadas invadirá uma área de preservação ambiental no Jacuí.

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realiza nesta segunda-feira audiência pública tratar do projeto Mina Guaíba, que prevê a extração de carvão a céu aberto, em região entre Eldorado do Sul e Charqueadas. O encontro será realizado às 18h, no Teatro Dante Barone da Assembleia e foi proposta pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT). Foram convidados a participar a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Copelmi, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, e o Comitê de Combate à Megamineração no RS, além de moradores e lideranças da região.


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