Em Porto Alegre, Queiroga garante compromisso com aplicação diária de 1 milhão de vacinas

Em Porto Alegre, Queiroga garante compromisso com aplicação diária de 1 milhão de vacinas

Ministro da Saúde visitou sede do Grupo Hospitalar Conceição nesta quinta-feira

Gabriel Guedes

Ministro da Saúde visitou sede do Grupo Hospitalar Conceição nesta quinta-feira

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, passou parte da quinta-feira cumprindo agenda em Porto Alegre. Ele chegou à Capital pela manhã e foi recebido no Hospital Conceição, sede do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), onde se encontrou também com o governador Eduardo Leite e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Em uma rápida entrevista à imprensa, o ministro garantiu que não faltará vacinas contra a Covid-19 e que em breve o Brasil terá fornecimento regular de doses, o que possibilitará o País vacinar 1 milhão de brasileiros por dia.

Queiroga também reiterou os esforços da pasta para fornecer oxigênio medicinal e outros insumos aos hospitais. Depois, Ele participou de encontro, a portas fechadas, no Hospital de Clínicas (HCPA), outra instituição pertencente ao governo federal, antes de retornar para Brasília, ainda no começo da noite de quinta.

O ministro iniciou sua visita aos hospitais pelo Instituto de Cardiologia, que tem dedicado esforços no combate à pandemia. Cardiologista por formação, durante a reunião o ministro falou sobre os desafios no enfrentamento da pandemia e da importância de manter o atendimento também outras doenças prevalentes no país, como as cardiopatias, que não devem ficar em segundo plano durante esta crise. Também recebeu do presidente da instituição, Dr. Marne Gomes, o projeto de reforma do hospital.

Apesar das dificuldades, o ministro fez questão de deixar claro que o País está tentando superar as dificuldades para realizar o Programa Nacional de Imunização. "A carência de vacinas é um problema mundial. O Brasil é o 5º que mais vacina e tem duas indústrias que fabricam vacinas, num momento inicial, com insumos farmacêuticos ativos importados, da China. Em breve a Fiocruz terá insumos farmacêuticos ativos produzidos no Brasil. Então isso já é garantia de que teremos fornecimento de doses regulares. No mês de abril, temos assegurados 30,5 milhões de doses de vacinas. Isso garante o compromisso que fiz, no começo da gestão, de 1 milhão de brasileiros vacinados todos os dias", assegurou.

O ministro acrescentou que o governo federal tem cumprido com a distribuição das doses, conforme pacto firmado com os estados e municípios pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, a União tem dispensado vacinas para os Estados, que por sua vez encaminham para os municípios. Mas reconheceu que ainda há muito o que ser aperfeiçoado: "Nós precisamos a cada dia mais melhorar esta logística, porque não é fácil vacinar 1 milhão de pessoas todos os dias. Nós temos pesquisas que mostram que 85% dos brasileiros querem ser vacinados. E o presidente da República, Jair Bolsonaro, já fez este compromisso com a nação e me incumbiu de coordenar o maior programa de vacinação do mundo", reforçou.

Ministro evita crítica ao Congresso

No dia 6, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base que permite que empresas comprem vacinas contra a Covid-19 para imunizar funcionários. Queiroga disse não ver problema na aprovação desta permissão. "Decisão do Congresso é convertido em lei e leis são sancionadas pelo presidente da República. Então uma vez que é lei, cumpra-se. Nós temos que implementar um programa público de vacinação. Mas se houver apoio da iniciativa privada, melhor, porque nós teremos capacidade de acelerar esta vacinação. Não sei o que é fura-fila", opinou.

Mas Queiroga não descartou outras possibilidades para aumentar o volume de doses de disponíveis. "Nós temos outras medidas em perspectiva, como aumentar a capacidade do parque industrial do Brasil (para produzir vacinas) e utilizar as plantas de fabricação de vacinas de animais para humanos, mas que depende da Anvisa", acrescentou.

Insumos

O ministro admitiu que há desafios na logística de distribuição de insumos. "O governo tem trabalhado muito fortemente nisso, nesta questão da logística. Nós vivemos o pior momento da pandemia, com muitas pessoas precisando de intubação e necessariamente de oxigênio e tem sido atendido. A logística brasileira, a distribuição de oxigênio precisa de caminhões especiais, de aviões, de cilindros. Há muita dificuldade nisso, com um complexo industrial com muitas dificuldades, anos a fio, e que de uma hora para outra nos vemos numa situação como essa", analisou. Queiroga tentou amenizar o quadro, dizendo que o mesmo problema, o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, também teve.

Para afastar duas polêmicas, Queiroga respondeu sobre o suposto tratamento precoce e também a um comentário de um médico assessor da Casa Branca. Reforçou que "os pacientes precisam ser atendidos de maneira pronta e o tratamento compete ao médico. O médico é um profissional autônomo e a ele cabe decidir o que é melhor para o seu paciente".

Nesta mesma quinta-feira, o epidemiologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e principal conselheiro da força-tarefa da Casa Branca no combate à pandemia, disse que o Brasil deveria fazer um lockdown. "Dos Estados Unidos cuida ele, do Brasil cuida eu, que sou ministro da Saúde", rebateu.

Antes de sair em direção ao HCPA, saudou a entrega de dois equipamentos concentradores de oxigênio pela iniciativa privada e conclamou pela concentração de esforços. "Agora é momento de união do País. Não é de ficar dizendo que o privado vai furar a fila. É preciso parar com isso. Temos que nos unir", concluiu.


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